O primeiro-ministro Luís Montenegro tem vindo a padronizar a maioria das suas atitudes de um modo facilmente dilucidável, atirando o barro à parede, a ver se cola, prontíssimo para, no caso negativo, fazer uma pirueta de 180º ou um salto mortal à rectaguarda, quase pedindo meças ao “campeão Ventura”.
Para decidir nos sectores mais determinantes da vida política nacional, Montenegro, como os antigos áuspices, lê o voo das aves, depois analisa as vísceras e, finalmente, decide numa conformidade acordada com as suas percepções, em geral erráticas e muito distantes da vida real dos portugueses, que finge ignorar.
Fê-lo com a greve geral do dia 12 de Dezembro, sobre a qual, apesar das evidências, declarou, a correr atrás do prejuízo, ele e demais apóstolos, ser inexpressiva, para no dia seguinte mandar a ministra Ramalho convocar a UGT à pressa, na tentativa de que o barro ainda viesse a colar.
De seguida, numa de vendedor de ilusões, para distrair os incautos, veio afirmar aos microfones que quer subir o salário mínimo para 1.600 € e o médio para 3.000 €… mas, de facto, sem dizer para quando. Logo, não mentiu. Só fez um número de paródia. Talvez para 2040 ou 2050. O que levou o inefável ministro Sarmento, suando, num veloz afã, a clarificar que era só uma ambição e não uma promessa…
Fá-lo insistentemente no SNS onde as polémicas e a ineficiência são galopantes, desvalorizando-as e reiterando estar tudo melhor do que antes, numa clara e vã tentativa de tapar o sol com a peneira.
Entretanto, como um ventríloquo, põe a fazer de câmara de eco o deputado eleito por Viseu, agora ministro da presidência, Leitão Amaro que, naquele seu jeito tão tartamudo faz figura de um propagador de disparates desajeitadamente proferidos.
De repente, sem saber bem por quê, veio-me à cabeça o insondável negócio dos submarinos no tempo de Paulo Portas…