Portugueses querem ação prioritária do novo Governo na Habitação e na Saúde

Com 2.050 reclamações registadas desde o início do ano, a Habitação destaca-se como a principal preocupação dos portugueses.

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  • 10:49 | Domingo, 25 de Maio de 2025
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Antes da tomada de posse do novo Governo, uma análise do Portal da Queixa identifica quais os setores que mais preocupam os portugueses e para os quais apelam a uma ação governativa prioritária: Habitação e Saúde. Os cidadãos querem políticas eficazes nestas áreas que têm concentrado um elevado número de reclamações na plataforma.

 

Quando questionados sobre as prioridades do próximo Governo – no estudo de opinião “Legislativas 2025” realizado pelo Portal da Queixa antes das eleições – os portugueses foram claros na resposta: investir no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e controlar os preços da Habitação. Estas áreas foram igualmente apontadas pelos inquiridos como as mais deterioradas ao longo do último ano, com a Saúde a liderar com 71,8% das respostas, seguida da Habitação, revelando uma perceção generalizada de declínio dos serviços públicos e das condições de vida.

Uma nova análise aos dados do Portal da Queixa, entre 1 de janeiro e 17 de maio de 2025, mostra que estas mesmas áreas concentram um elevado volume de reclamações, corroborando o desejo urgente da população por mudanças concretas.


 

Habitação: o setor mais crítico

Com 2.050 reclamações registadas desde o início do ano, a Habitação destaca-se como a principal preocupação dos portugueses. Mais de 41% das queixas referem-se à interrupção de apoios financeiros por parte do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), enquanto outras denunciam problemas no atendimento (22,09%), atrasos na aprovação de pedidos (17,35%) e falta de informação sobre os apoios disponíveis (13,78%).

A maioria das reclamações neste setor é apresentada por mulheres (68,10%) e a faixa etária predominante vai dos 25 aos 44 anos (55,32%). Geograficamente, Lisboa (29,61%) e Porto (20,98%) lideram nas denúncias.

Saúde: falhas no atendimento continuam a preocupar

O setor da Saúde pública, com 593 reclamações, aparece como a segunda maior preocupação dos portugueses. Os principais motivos incluem problemas no atendimento ao utente (38,62%), dificuldades no agendamento de consultas (12,65%) e deficiências na prestação de serviços (10,96%). Instituições como o SNS, hospitais públicos e centros de saúde estão entre os organismos mais visados.

Nesta área, o género feminino lidera as queixas registadas (63,58%), sobretudo nas faixas etárias entre os 35 e os 54 anos (51,6%). Lisboa (31,20%), Porto (20,07%) e Setúbal (11,97%) são as zonas com maior incidência de reclamações.

 

Transportes Públicos: atrasos lideram queixas

Segundo os dados analisados, há outro setor que também inquieta os portugueses. Com 556 reclamações registadas, os Transportes Públicos destacam-se, este ano, como uma área crítica de insatisfação. Atrasos nos horários (25,68%) e falta de qualidade e conforto no serviço (21,88%) são os problemas mais reportados. Também são frequentes queixas sobre mau comportamento de motoristas (18,63%) e falhas técnicas (12,48%).

Lisboa é, de forma destacada, a região com mais queixas (51,62%), seguida de Setúbal (26,80%) e Porto (11,15%). Os principais operadores alvo de reclamação são: CP – Comboios de Portugal, Metro de Lisboa, Metro do Porto, Carris Metropolitana, STCP e Fertagus.

 

Um apelo claro à ação governativa

Os dados do Portal da Queixa refletem uma pressão crescente sobre o novo Governo para priorizar políticas eficazes e respostas rápidas nestes três setores essenciais. A análise evidencia que as faixas etárias ativas da população, especialmente entre os 25 e os 54 anos, estão particularmente atentas e exigentes quanto à qualidade dos serviços públicos.

“Este estudo revela uma mensagem inequívoca dos cidadãos: querem um Governo que atue com urgência e eficácia na Habitação, Saúde e Transportes Públicos. As queixas espelham a realidade diária de milhares de portugueses e devem ser um guia para a definição das prioridades políticas nos próximos anos.”, afirma Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa by Consumers Trust.

 

 

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