Os portugueses ficaram atónitos e consternados com o dramático acidente de ontem, ocorrido com o elevador na Calçada da Glória.
O número provisório de vítimas chegou já aos 16 mortos e 21 feridos, dos quais quatro em estado grave.
Um dos icónicos transportes de Lisboa, a operar desde 1914, segundo o presidente da Carris, cedeu, ao que indicam os primeiros resultados periciais, devido à ruptura de um cabo e uma inoperação do travão de emergência.
É tempo de lamentar as vítimas e de as chorar.
É tempo de apurar de seguida as causas do sinistro.
Entretanto, a comunicação social mundial tem dado destaque à ocorrência, levando a todo o lado as imagens do acidente.
Perante os factos, dificilmente se restaurará a confiança nestes incansáveis (?) meios de transporte seculares, um ícone turístico de Lisboa.
Acredita-se, até prova em contrário, que a Carris teria tudo legal em termos de manutenção técnica, se bem que os sindicatos alertem para a existência de polémica na renovação dos contratos externos de apoio e inspecção das máquinas.
O presidente da Carris, advogado e antigo assessor de Sérgio Monteiro, deu hoje uma conferência de imprensa, enfatizando aos jornalistas que tudo estava dentro das normas exigidas para este material circulante. Acrescentando ainda que a lotação do veículo era inferior ao determinado pela lei.
Entre centenas de veículos, só autocarros são mais de sete centenas, a Carris opera três funiculares, o da Glória, o de Lavra e o da Bica, que desde 2002 são considerados Monumentos Nacionais. Além do acidentado, naturalmente, os outros dois ficam de “baixa” até apuramento das causas do acidente assim como de todas as responsabilidades.
De louvar a rápida intervenção de todas as forças que acorreram ao local em escassos minutos, bombeiros, INEM, Protecção Civil, PSP, da imediata reacção hospitalar e, até do IML (Instituto de Medicina Legal), que de imediato requisitou duas dezenas de médicos legistas para, durante a noite, procederem às autópsias das vítimas mortais.
(Foto DR)