Os Estados Unidos da América – será que ainda o são? – vivem a dois tempos.
Por um lado, as manifestações contra a política de Donald Trump alastram a todas as capitais dos estados, por outro, o presidente, para festejar os seus 79 verões, ordena uma parada militar de que não há memória.

Compreende-se esta dualidade. O ego do “Capitão América” carece de afagos constantes e eles tardam a vir: o Canal do Panamá não foi tomado; a Gronelândia não foi comprada; o Canadá não foi conquistado; a guerra na Ucrânia não terminou 24 horas após o seu início de mandato a 25 de Janeiro de 2025, ou seja, quase meio ano passado; os congressistas democratas começam a ser mortos a tiro; o conflito entre israelitas e palestinianos também não acabou, como prometido; as magnas conversações com o fiel amigo Putin foram e são um flop; os EUA estão às portas de uma nova guerra com o Irão, via açougueiro Netanyahu; as taxas sobre os produtos importados e exportados andam num louco charivari, causando sucessivos ataques cardíacos às bolsas internacionais; as relações com a China já viram melhores dias; o relacionamento com a Europa “congelou”, etc. Um sem cessar de “inconseguimentos”.

Por tudo isso, o ego de Donald precisa urgentemente de imitar as paradas de Moscovo ou, de Pyongyang. É a teatralização da pantomina. A fantochada do músculo. A ameaça do vaudeville.
Trump quer-se igual a Putin e a Kin Jong-un, líderes de autocracias que se banham nestas encenações no asfalto enquanto as suas tropas morrem nos cenários de guerra.
O mundo hoje é uma casca de ovo à deriva fruto da malevolência, da vileza, da indignidade, da hostilidade e ambição de três ou quatro insanos déspotas mundiais.
(Fotos DR)
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