Sempre ouvi dizer que tempo é dinheiro, encerrando esta afirmação a ideia que quem ocupa o seu tempo a realizar tarefas, estas acabam por mais cedo ou mais tarde trazer rendimento, que eventualmente pode ser traduzido em dinheiro.
Estudos recentes levados a cabo por um grupo de cientistas, cujos resultados foram publicados na revista cientifica Psychological Science, mostrou que pensar em dinheiro aumenta a possibilidade das pessoas se comportarem de modo desonesto e fraudulento.
Os participantes que eram levados a pensar em dinheiro, mentiam, saltavam etapas, alteravam resultados, davam mais soluções do que aquelas que existiam.
O grupo dos que pensavam no tempo, apresentava soluções mais acertadas, em menor número e mentia menos.
O grupo a quem tinham sido propostas as tarefas neutras situara-se entre os dois extremos.
A conclusão deste trabalho revelou que as pessoas que pensam em tempo mentem menos, realizam as tarefas com maior empenho e com mais calma porque o conceito de tempo leva as pessoas a reflectirem sobre a sua vida, o seu comportamento, os seus valores, a imagem que têm de si e dos outros, os valores éticos e morais, enquanto que os que pensavam em dinheiro levavam as pessoas a adoptarem comportamentos do tipo “vale tudo”.
Depois deste estudo e de algumas reflexões entendo melhor o valor do tempo na busca da sabedoria utilizada por determinados grupos como os monges e os eremitas e percebo, mas não aceito, que quem tem como objectivo principal de vida ter dinheiro, muito dinheiro, mais tarde ou mais cedo pode cair na tentação do dinheiro fácil, das vigarices e da corrupção.
Como refere Neil Fiore : na realidade, tempo é mais precioso que o dinheiro. É um recurso não renovável. Uma vez que você o gasta, e se você o usou mal, ele vai-se para sempre. Aproveite bem o tempo, que ele não dura sempre…
Ondina Freixo
(Foto PN)