Tal como o sol, a água quando nasce é para todos! (XLVIII)

- Um salto exagerado, para mais do dobro, entre as tarifas do 1.º (0,56 € / m3) e 2.º escalões (1,2350 € / m3 + IVA), apesar do alargamento deste para o intervalo entre 5 e 15 m3, conforme a Lei exige.   Mera informação: em 2007, os escalões eram de 10 m3 e a variação da tarifa do 1.º para o 2.º era de 57%. Desta vez, será de 140% - um exagero!

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  • 15:52 | Terça-feira, 27 de Maio de 2025
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CAPÍTULO XLVIII

 

 


Pilhas novas, energia a dobrar, cá estamos de novo para avaliar os benefícios que prometeram, assim, sem mais. Ninguém esperaria!

 

 

Estará algum anjo para cair do altar?

O melhor é certificarmo-nos do tamanho de tanta bondade, porque, como diz o ditado, “mais vale prevenir de que remediar”.

Então, mãos à obra que se faz tarde, vamos ver quanto paga e quanto irá pagar um outro consumidor-tipo.

Simulemos um consumo de água de 15 m3 / mês.

Quanto paga atualmente? (desde janeiro)

RSU – Resíduos sólidos (lixo)    4,20 €

TD – Taxa de disponibilidade água     7,87 €

Consumo água 1.º Esc.                4,27 €

Consumo água 2.º Esc.              10,29 €

Consumo água 3.º Esc.                    14,41 €

S – Saneamento Fixo                    4,75 €

Saneamento variável                  11,75 €

Total                                        57,54 € + taxas

 

Quanto irá pagar?

RSU – Resíduos sólidos (lixo)    4,20 €

TD – Taxa de disponibilidade água     6,38 €

Consumo água 1.º Esc.                          2,56 €

Consumo água 2.º Esc. (novo)         12,35 €

S – Saneamento Fixo                  4,75 €

Saneamento variável                  11,75 €

Total                                             41,99 € + taxas

Poupança – 15,65 euros + taxas, ou seja 27% em relação ao total da fatura.

Se considerarmos apenas a água, percentualmente poderá poupar 40%, valores estes que podem variar, porque foram calculados para consumos múltiplos de 5. Para consumos intermédios dentro dos respetivos escalões, nos intervalos do estudo, poder-se-ão verificar diferenças, mas não muito significativas.

Ora, apurados estes valores, verificamos um efetivo benefício para os consumidores, mas ainda longe do razoável. Mais para uns de que para outros, mais para os que têm sido mais penalizados pela voracidade das tarifas e dos escalões e menos para quem tem sido mais poupado.

Mas o valor da fatura ainda está muito longe do que é na generalidade dos municípios da região e do país.

Se o preço da água baixa, vejamos o que está mal:

– Uma penalização muito acentuada no valor da Tarifa de Disponibilidade, relativamente a outros territórios (6,3835 €/mês + IVA).

– Um salto exagerado, para mais do dobro, entre as tarifas do 1.º (0,56 € / m3) e 2.º escalões (1,2350 € / m3 + IVA), apesar do alargamento deste para o intervalo entre 5 e 15 m3, conforme a Lei exige.   Mera informação: em 2007, os escalões eram de 10 m3 e a variação da tarifa do 1.º para o 2.º era de 57%. Desta vez, será de 140% – um exagero!

– Por fim, não é compreensível, por mais que se desdobrem em justificações, a evolução do custo do saneamento, para 4 vezes mais, em 5 anos, para um consumo de 15 m3 de água. Culpem-se os culpados!

Há muitos reparos a fazer. Apesar de estarmos perto o fim, isto ainda não acaba aqui …

 

(CONTINUA)

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