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Joaquim Santos
CAPÍTULO LX
Para justificar a curta viagem ao interior do aterro sanitário, dar nota que ali entram diariamente cerca de 400 toneladas de resíduos, provenientes dos cerca de 25 mil contentores espalhados por toda a região e que, de 2 em 2 meses, são lavados e desinfetados. Nunca se evita, mas para minimizar a falta de civismo de muita gente que julga ser dona do espaço público e que não respeita os outros, a Associação tem um serviço gratuito de recolha de resíduos específicos, bastando fazer o agendamento através de uma linha telefónica, igualmente gratuita, com o n.º 800 209 316. Se tem um colchão, um móvel, um equipamento elétrico em fim de vida, eles recolhem.
Existe um vasto conjunto de ecopontos, onde podem ser depositados resíduos, divididos por 3 grupos (vidro, papel, embalagens), além do lixo indiferenciado, facilitando o tratamento e a reciclagem. Quando todos colaboramos, todos ganhamos!
Existem também, embora poucos, recipientes para recolha de óleos alimentares usados (oleões), evitando que sejam despejados na rede de efluentes, que causariam uma redução da eficácia das estações de tratamento, diminuindo também a qualidade final dos efluentes que, na generalidade, são vertidos nos nossos rios, já tão sacrificados com tantos crimes ambientais, a que o poder fecha os olhos!
Não há sistemas perfeitos, seguramente o Planalto Beirão não é perfeito, a começar pela recolha, muitas vezes ineficiente, onde se acumulam resíduos de várias espécies fora dos contentores, algumas delas por culpa dos utilizadores que atiram os sacos para o chão, que os atulham com embalagens por desmanchar, deixando uma triste imagem no espaço público, imaginando a limpeza de suas casas. Esta falta de civismo é intolerável.
O Planalto Beirão tem 3 tipos de recolha – indiferenciada, seletiva e porta a porta.
Depois de recolhidos e transportados, os resíduos são descarregados, faz-se a triagem e cada espécie seguirá o seu destino: matéria orgânica para tratamento biológico, plásticos, materiais ferrosos e não ferrosos e papel serão encaminhados para valorização/reciclagem e os restos não valorizáveis seguem para aterro.
A produção de biogás e de combustível derivado de resíduos e o tratamento de águas lixiviadas desempenham um papel importantíssimo no tratamento dos lixos, aliviando a pressão da nossa pegada ecológica sobre a natureza.
Tratar o lixo é cuidar do ambiente e temos de ter consciência que a eficácia do sistema começa em cada um de nós e redobrada consciência que pagamos pelo serviço apenas uma parte do seu custo … por enquanto!
Não foi possível apurar ao certo qual é o valor real para tratar cada quilo ou tonelada do lixo, mas é muito superior ao que, na generalidade, pagamos.
Convém sabermos que são muitos os orçamentos municipais que financiam despesas da recolha e tratamento do lixo, os utilizadores pagam apenas uma tarifa simbólica, o que torna o sistema insustentável a longo prazo.
Um breve olhar às taxas cobradas em cada um dos 19 municípios que integram esta associação, desafia-nos a perceber se o nosso sistema é ou não justo, se é o mais justo ou o menos justo.
Não é uma análise muito fácil, mas já que estamos com a mão na massa, é o que se deve fazer…
(CONTINUA)
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