Sim à cooperação, não à segregação

Querer deixar um grupo numa balsa sem porto à vista e sabendo que os outros já desembarcaram é desumano.

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  • 22:07 | Segunda-feira, 13 de Abril de 2020
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Repentinamente a senhora von der Leyen vem ordenar que a população idosa irá ficar confinada até final do ano.

Nada menos.

Não percebo é se é por ser grupo de risco ou se é para riscar o grupo.


Os idosos que vivem em ERPI (lares) ou na sua casa merecem mais que varre-los para… trás da porta, tirá-los da vista.

Perguntada a Ministra da Saúde correu logo atrás e, a meu ver, mal.

A falta de sensibilidade para com os idosos constrange. Lamentável a referência à “janela” e ao “portão”. A ir por este caminho ainda fechará o portão do ministério por fora.

A população idosa é frágil e está stressada mas merece mais que escondê-la ou tirá-la da vista.

Tal opção é fazer com que mais e mais fiquem dependentes, acamados e acelerar a sua degradação mental e afetiva.

Será condenar muitos e muitos à morte física e muitos outros à mental.

Eles têm vivido fechados, sem visitas e com mobilidade ainda mais limitada que a pouca que tinham.

Ou seja, têm sofrido o que todos temos sofrido.

Mas estamos todos no mesmo barco.

Querer deixar um grupo numa balsa sem porto à vista e sabendo que os outros já desembarcaram é desumano.

Gostava muito de ter visto a presidente da Comunidade Europeia ser tão assertiva na afirmação de efetiva solidariedade europeia. Mostra que é forte com os fracos e que amouxa

Aí, como agora, está com os que estão mais preocupados com a economia e nos seus egoísmos.

Sei que vão dizer-me que as medidas visam a proteção da vida dos idosos.

Pois, mas há que a garantir com humanidade.

A mudança mínima que os idosos desesperam consiste em voltar a ter visitas e em saidas, ainda que curtas e limitadas, ao exterior.

Para tal basta vontade, empenho e querer dos dirigentes, autarcas e governo.

Garantir a desinfecção das zonas envolventes às residências para garantir os passeios dos idosos no exterior.

Garantir, desde já, a disponibilidade de testes de resultado imediato (que existem) para serem utilizados em familiares ou em pessoas que visitem os idosos, bem como o cumprimento rigoroso das regras de desinfeção.

É na dotação das ERPI com um número adequado deste tipo de testes e de equipamento de proteção que deve ser colocado o foco.

Depois é trazer os idosos a uma vivência que lhes traga paz e fé na vida.

O governo, autarcas e dirigentes têm que mostrar que têm Amizade e não que só interesses pelos idosos.

O alívio das medidas de contenção deve ser para todos.

A proteção garante-se com a solidariedade não com a segregação.

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