Redeployment, a alternativa ao lay-off em tempos de crise extrema

O trabalhador terá direito à retribuição mínima prevista no Contrato Coletivo de Trabalho aplicado à sua função desempenhada na empresa cedida, consoante a empresa onde seja mais elevada a retribuição. Não há perda de rendimentos nem é prejudicado o gozo de férias.

Tópico(s) Artigo

  • 23:31 | Quarta-feira, 13 de Janeiro de 2021
  • Ler em 2 minutos

O “redeployment” materializa-se numa lógica de economia da partilha, pela qual uma empresa partilha com outras os seus recursos humanos. Empresas com actividade parada ou reduzida podem, com o acordo dos trabalhadores e a título temporário, “emprestá-los” a outras empresas que tenham escassez de mão de obra, em consequência da redução de trabalho.

Não há perda de direitos se a transferência for enquadrada nos regimes previstos na lei. Assim, na cedência ocasional de trabalhadores, possível entre empresas ou sociedade coligadas, ao fim do período de cedência o trabalhador pode regressar à empresa de origem.

O trabalhador terá direito à retribuição mínima prevista no Contrato Coletivo de Trabalho aplicado à sua função desempenhada na empresa cedida, consoante a empresa onde seja mais elevada a retribuição. Não há perda de rendimentos nem é prejudicado o gozo de férias.


Noutros países da Europa tal como em Portugal, para evitar e manter o nível do emprego, criaram-se modelos, cujos contratos de trabalho se suspendem ou se reduz o período normal de trabalho, participando o Estado no pagamento de parte do salário do trabalhador.

Na França criou-se a Chômage Partiel, na Alemanha o Kurzarbeit e em Portugal adotou-se o Lay-Off, mas todos são modelos muito semelhantes.

Não obstante, é verdade que o Estado serve para proteger os seus cidadãos em caso de necessidade. Mas isso não significa que os empresários não possam procurar soluções alternativas. É o que se espera, de quem é empreendedor. A esse propósito, foi recentemente criado um novo conceito de partilha (sharing), neste caso de trabalhadores: o “Redeployment”.

Segundo o jornal Expresso, a associação empresarial francesa Vénétis, que congrega 300 pequenas empresas, tem-se dedicado à partilha de trabalhadores entre os seus membros, com base no conceito de “tempo compartilhado”. A People Work Connect, por sua vez, é uma plataforma lançada no auge da pandemia Covid 19 por empresas de consultoria americanas, que conta com mais de 265 empresas de 95 países. No total, esta plataforma já disponibilizou mais de 400.000 postos de trabalho.

Imaginemos que na mesma cidade temos empresas fechadas ou a trabalhar com um volume reduzido de trabalho devido às novas medidas para evitar a propagação do vírus Covid-19, mas há duas empresas que estão a admitir novos funcionários com tarefas da competência desses trabalhadores abrangidos sobre o regime Lay-Off, porque não partilhar temporariamente os nossos recursos humanos?

O Redeployment baseia-se na economia partilhada, através da partilha dos seus recursos humanos. Mantém o máximo de trabalhadores possíveis no reactivo, evita-se mais lay-off, mais despedimentos colectivos, despedimentos singulares, para além de manter os trabalhadores em tempo de crise no activo.

Uma alternativa para não exigir do Estado mais apoios e mais subsídios, de forma a minimizar os efeitos da crise. Normalmente a resposta vem sempre do Estado, mas esta é uma ponderada e eficaz alternativa, esta é uma solução para tempos de crise extrema.

 

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por