Em momento algum na minha vida ocultei o rosto, no sentido do anonimato e para, por ele coberto, me tornar um javardo desses que por aí pululam nas redes sociais, com perfis falsos, a insultar cobardemente toda a gente ou, uns trolls que mais não são do que poltrões com desígnios vis de lançar a confusão, destilar ódio, ofender e provocar, geralmente a rogo de alguém, mais cobarde ainda, no facebook, instagram, quejandos e similares.
Ganapito, usei máscaras no Entrudo. Era uma espécie “d´enfant chéri” de um grupo animado de mulheres onde incluo mãe, tias, avó, amigas da mãe, das tias, da avó… que se entretinham a colocar-me cocos e cartolas d’antanho na cabecita, a pintar façanhudos bigodes e a cobrir-me os olhos com venezianas máscaras. Como aquele gaio grupo se divertia a abonecar-me!
Ah, também me mascarei no período da Covid19, eu e mais 10 milhões de portugueses… mas isso não conta, pois não éramos excepções, mas sim a regra.
Ventura, “o predador narcísico movido por um demónio vingativo”, no dizer do seu colega e deputado Mithá Ribeiro, terá sonos agitados, pesadelos apocalípticos, visões aterrorizadoras, devaneios desvairados e, pela alvorada, ao pequeno-almoço, olheirento, num inflamado regurgitar de fel, sobe-lhe à cabeça a ideia do dia, o pensamento do momento, a facécia da semana…
De seguida, no gabinete da AR convoca o seu entusiástico coro de apaniguados e triunfal faz a revelação matinal:
De seguida, após os bravos estentóricos da praxe e os hip, hip, hurra costumeiros, mãos ainda refervidas das palmas clamorosamente batidas, todos em fila indiana atrás do chefe, lá seguem eles para o plenário.
As “roupas destinadas a ocultar ou a obstaculizar a exibição do rosto”, não são mais nem menos do que as burcas e tal iniciativa é feita em prol da “dignidade da mulher”, mesmo que tal mais não seja do que a torpe falácia de conceder “caução nobre a um real cínico”, como referia o nosso estimado Barthes. As infractoras e as prevaricadoras serão multadas com coimas de 200 a 2.000 mil euros em caso de negligência e 400 a 4.000 euros em caso de dolo.
Jubiloso com a aprovação do pesadelo noctívago, triunfante, proclama vestido de paladino dos direitos das oprimidas: “Não aceitamos que obriguem a mulher a andar na rua como se fosse mercadoria“, para de seguida concluir “Hoje é um dia histórico para a nossa democracia e para a salvaguarda dos nossos valores, da nossa identidade e dos direitos das mulheres.”
“Aqueles mesmos que vão para Gaza e ali andam ao lado de terroristas que de manhã dizem que há um genocídio, à hora de almoço batem na mulher e à noite obrigam-na a andar pela rua como se fosse um animal ou mercadoria, não aceitamos isso”.
Felizmente para Portugal, para as mulheres deste país e do islão, para os seguidistas do PSD, CDS, IL, que o luso quinhão tem um Ventura justiceiro, um político preocupado com as ignóbeis tiranias, com as vis injustiças, com o sufocamento e a dificuldade respiratória daquelas que são vítimas de abusos velados, dominações inenarráveis e coerções pérfidas.
Que o Altíssimo o abençoe, Sr. Ventura e que as incubas importunações não lhe faleçam. Por Deus, pela Pátria, pela Família!
Neste longo e retorcido link acederá ao Projeto de Lei nº 47/X apresentado pelo grupo parlamentar do Chega: