Perante tudo quanto de extremamente negativo se está a passar no âmbito da tutela da ministra Ana Paula Martins, o silêncio do presidente da República – noutros casos tão lesto – e do primeiro-ministro, torna-se ensurdecedor e capaz de nos estoirar com os tímpanos.
Marcelo Rebelo de Sousa, com diferentes pesos e medidas, a pouco mais de dois meses da sua saída, cinge-se a uma fidelidade partidária que extrapola pouco dignamente das suas atribuições como “chefe” da Nação. A sua ausência de isenção é chocante… e aberrante.
Não o fez, não o faz. Antes aborda com ligeireza e quase leviandade os plurais e nefastos casos ocorridos, tornando-se, assim, por indiligência, silêncio, oportunidade ou cobardia, deles cúmplice.
Luís Montenegro ao persistir na sua casmurrice, de tão evidente já suspeita, ao não querer ver tudo quanto se está a passar, dia-sim, dia-não, mantendo no cargo um membro do governo que a toda a hora evidencia a sua impreparação, a sua incúria, a sua incompetência, quer seja por teimosia, quer seja por bizarríssima fidelidade partidária, é cúmplice de todos estes disfuncionamentos que provocam vítimas umas atrás das outras
A saída desta ministra é inevitável. Está a prazo e sem qualquer credibilidade política. A pergunta de um milhão é esta:
Quantos mais utentes têm de perecer para que Montenegro cumpra com os seus conteúdos funcionais, com consciência e responsabilidade, demitindo-a e, de seguida, pedindo desculpa a todos os portugueses pela sua porfiada e tão lesiva cegueira?
Paulo Neto