Tópico(s) Artigo
-
Paulo Neto
“M‘espanto às vezes, outras m’avergonho. “ – Sá de Miranda
Em benefício de dúvida, concedendo-lhe idoneidade e ainda alguma sensatez, o autarca Fernando Ruas, em desespero eleitoral recorre a todos os meios ao seu alcance para conquistar eleitorado.
Só que os votantes do concelho não são tão tolos quanto o autarca Ruas deles quer fazer. E perante estes dislates pensam que este esbracejar estrénuo não é de valentia, mas sim de mero pânico.
A cidade acorda com novos cartazes onde “Viseu Inova” pela mão de “Fernando Ruas” e vai daí, apresenta como sua obra, a título de exemplo, o “Centro de Tecnologia e Inovação no IPV” e a “Nova Escola Superior Agrária”. É preciso ter lata…
Todos os viseenses percebem e até, tolerantes, compreendem que Fernando Ruas, na falta de obra para apresentar ao fim de 28 anos de presidente da edilidade – sim, as rotundas, são catitas, mas… — recorra a estes expedientes, num “chico-espertismo” nada legítimo, num desânimo aflitivo, deitando mão a qualquer coisinha “pour épater le bourgeois”…
… E para dizer que tem poder nos centros de influência governativa, mesmo em projectos por outros governos e governanças iniciadas. Aliás, como fez com o Mercado 2 de Maio e com a Central de Camionagem, obras que inaugurou, feitas pelo seu falecido antecessor, Almeida Henriques.
A bem dizer, com a tesoura das inaugurações enferrujada, apesar de ter ido cortar a fita ao Primark (esperamos que não reclame a obra da loja…), sabemos que o afã de inaugurar é justa e naturalmente a segunda pele de qualquer autarca, no e pelo acto evidenciando dinamismo e orgulho na obra feita.
Só que aqui, mais parece uma usurpação do que uma realização sua. Eu sei que temos muita coisa a vir, naturalmente de comboio – com tanta influência nos centros de decisão, viu-o fugir por um óculo – mas para tal, talvez precise de mais dois ou três mandatos, a fazer fé na lentidão dos seus sonhados empreendimentos (ou “inconseguimentos”)…
Assim, Fernando Ruas, na falta de obra própria, recorre a obras do(s) governo(s) e de instituições públicas e privadas para fazer o tal brilharete, enchendo a cidade de cartazes com as obras que os outros fazem, mas parco em ostentar cartazes com obra legitimamente sua.
Quase faz pensar no cuco a pôr os ovos em ninho alheio para não ter o trabalho de os chocar.
Estimado Dr. Ruas, esperávamos mais de si… mas percebemos que não esteja ao seu alcance dar aos viseenses o Concelho que eles merecem.
O senhor, com actos destes, apenas despe o fato do protagonista ou personagem principal, para se embiocar de mero figurante.
Não merecia este fim de tão longa carreira política…
Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
6
Copyright © 2025, Rua Direita . Todos os direitos reservados.