Mitómanos e charlatães

Um mentiroso compulsivo é um maná para a comunicação social mais centrada na escandaleira popularucha e populista. E os protagonistas do sórdido “show”, impávidos, serenos e convictos, procedem a sua agressiva saga da fraude e assentando-a em narrativas ficcionais, creem que ao proferi-las para um vasto público de milhões de embasbacados espectadores, transmutam em verdade as petas mil vezes repetidas.

  • 22:03 | Sexta-feira, 16 de Abril de 2021
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Vivem-se estranhos tempos dos quais sobressai a profunda decadência de valores sociais e a adulterações de conceitos vivenciais.

Hoje, o descaramento e o despudor atingem níveis e estados inimagináveis de patologias onde o transtorno psicológico nos deixa siderados, ainda mais, quando agravados pela compulsividade reiterada das falácias em que assentam e se sustentam.

Um mentiroso compulsivo é um maná para a comunicação social mais centrada na escandaleira popularucha e populista. E os protagonistas do sórdido “show”, impávidos, serenos e convictos, procedem a sua agressiva saga da fraude e assentando-a em narrativas ficcionais, creem que ao proferi-las para um vasto público de milhões de embasbacados espectadores, transmutam em verdade as petas mil vezes repetidas.

 


 

Este fenómeno tem grandes seguidores mesmo à frente das maiores potências planetárias. Lembremo-nos do maior mentiroso do século, Donald Trump a quem, no exercício do seu mandato foram contabilizadas mais de 20 mil graves e boçais mentiras, nas quais milhões de norte-americanos acreditaram pia e devotamente.

Este actual fenómeno só pode existir numa sociedade irreversivelmente decadente, na qual, o “spectator” recusa ouvir as realidades, as verdades e se sente absolutamente cómodo no mundo da mentira e da distorção do real em que conflitua quotidianamente.

Os adultos de hoje, esta audiência acrítica que desistiu de pensar para se alimentar do “prêt-à-manger” são um alvo perfeito para os charlatães (ou charlatões, se preferir) de serviço que proliferam por aí como malmequeres num prado verde.

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Publicado em Opinião