Infantilizar é maltratar

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2017) indica que uma em cada seis pessoas idosas viveu, no último ano, uma experiência de maus-tratos.

  • 10:12 | Quinta-feira, 24 de Outubro de 2019
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A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2017) indica que uma em cada seis pessoas idosas viveu, no último ano, uma experiência de maus-tratos. Tendo por base uma revisão da literatura, a OMS informa que a violência pode ser física (2,6%), sexual (0,9%), psicológica (11,6%), financeira (6,8%) e negligência (4,2%).

A infantilização das pessoas idosas é uma forma de mau-trato psicológico. Alguns exemplos: decidir pela pessoa idosa sem lhe pedir opinião; falar diante dela ignorando-a; ir a uma consulta e o médico dar explicações à família em vez de o fazer dirigindo-se à pessoa idosa; utilizar diminutivos, porque parecem carinhosos, sem questionar a pessoa se ela gosta de ser tratada assim…

É fundamental que os profissionais tenham consciência deste tipo de mau-trato para que se erradiquem estes comportamentos e se valorize a opinião de cada pessoa e os seus gostos, questionando-a e incluindo-a nas tomadas de decisão, potenciando a sua autonomia e autodeterminação.


 

Por vezes, é imperativo parar, analisar e questionar:

– Porque escolhemos a nossa profissão?

– Para quem trabalhamos todos os dias?

– O que podemos fazer para melhorar as nossas práticas?

 

A formação, a realização de cursos de consciencialização ou de reciclagem de conhecimentos, é determinante para a melhoria contínua.

Sendo as Obras Sociais uma Entidade de Formação Certificada, à qual se soma todo um trabalho no terreno com pessoas com demência, cuidadores formais e informais e famílias, estamos, neste momento, a desenhar formação que possa contribuir para a Prevenção e Intervenção em situações de violência exercida sobre a pessoa idosa, tendo como foco a formação de profissionais.

“A divulgação, sensibilização e promoção dos profissionais, no que diz respeito ao abuso, é fulcral não só para dar resposta às necessidades do presente, mas também para realizar um presente e um futuro de dignidade para as pessoas idosas.” (João Fundinho e José Ferreira-Alves, pp. 191 – 209, IN Maus-Tratos a Pessoas Idosas, Pactor, 2019) 

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Publicado em Opinião