Ao longo de todos estes anos de professora já tive aulas em que saí de lá com a sensação estranha de tempo perdido, outras e que felizmente são a grande maioria, saio com a sensação de dever cumprido, mas há aquelas em que saio com a alma cheia, carregadinha de felicidade dando graças a todos os Deuses por ter escolhido uma profissão que me permite lidar com a beleza, o sonho, e a curiosidade dos jovens!
Nestas regiões, a água da chuva reage com o calcário, dissolve-o e acaba por esculpir formações que podem ser de grande beleza, como as grutas, por exemplo. O calcário é uma rocha constituída por calcite, um mineral que é muito susceptível a reagir quimicamente com os ácidos. Em dias de chuva, a água pode combinar-se com o dióxido de carbono da atmosfera e forma-se ácido carbónico, que acaba por tornar a água da chuva ligeiramente ácida. A água à medida que vai caindo vai dissolvendo a rocha e abre fendas. Quanto mais as fendas se desenvolvem, mais fundo a água vai chegando e mais dissolve. Com o tempo, podem formar-se grutas subterrâneas e grandes poços por onde podem desaparecer rios inteiros.
À medida que ia explicando todo este processo, ilustrado com belíssimas fotografias, via o brilho no olhar daqueles adolescentes e as perguntas iam surgindo: professora quanto tempo isto leva a fazer?! A resposta não os poderia surpreender mais: milhões de anos e aproveitei para lhes falar que os acontecimentos geológicos salvo raras excepções como os sismos e os vulcões são muito muto lentos.
Terminei passando-lhes a ideia que a natureza é muito persistente e tem muita paciência. Risada geral quando um dos alunos diz: a natureza é como os chineses…