Três tristes notas…

  Ontem, na Assembleia da República, foi penoso o espectáculo de um primeiro-ministro confrontado com as suas irregularidades e ilicitudes fiscais de um passado próximo, ele que é o campeão das perseguições tributárias, dos arrestos, das penhoras, às vezes até por dívidas insignificantes, sendo o cidadão comum espoliado das suas casas e parcos haveres e, […]

  • 10:56 | Quinta-feira, 12 de Março de 2015
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Ontem, na Assembleia da República, foi penoso o espectáculo de um primeiro-ministro confrontado com as suas irregularidades e ilicitudes fiscais de um passado próximo, ele que é o campeão das perseguições tributárias, dos arrestos, das penhoras, às vezes até por dívidas insignificantes, sendo o cidadão comum espoliado das suas casas e parcos haveres e, lembre-se e pontue-se, sem nunca se ter feito a justiça tributária com a fuga dos grandes capitais para offshores e bancos suíços.
Catarina Martins e Eloísa Apolónio pediram mesmo a demissão de Passos Coelho, alegando a sua total descredibilização para o exercício do cargo de primeiro-ministro.
Ao fim, o CDS-PP e o PSD vieram com os pacotezinhos de Omo, aquele que lava mais branco, tentar tirar as nódoas com que Coelho se sujou. Não conseguiram, apesar das desastradas dialécticas argumentativas da subserviência. As nódoas são persitentes e o espectro da Tecnoforma e das dívidas à SS rodeiam e maculam a imagem do homem que mais sacrifícios fiscais tem imposto aos portugueses.
Bem prega Frei Tomás…
 
As hostes do ISIS continuam a destruir as preciosidades históricas da Síria e do Iraque. Desta feita foram as estátuas dos bois alados, em Khorsabad, cidade com 2.700 anos.
Também foram pilhados tesouros históricos situados 15 quilómetros a norte de Mosul.
Após a destruição de Nimrod coube a vez a Hatra, onde os buldozers arrasaram mais dois mil anos de história.
O ISIS destruiu templos históricos, queimou manuscritos de valor incalculável e estilhaçou estátuas.
As Nações Unidas falam em “crimes de guerra” e em “ataque à herança comum da Humanidade”. Fonte oficial local refere que o património da Humanidade saqueado está a ser vendido para arranjar fundos que sustentem a luta armada do ISIS. Além desta razia patrimonial há outras prementes realidades: os milhares de refugiados em trânsito de algures para nenhures e os milhares de mortos às mãos da fúria fundamentalista.
 
A Grécia exige ser ressarcida materialmente dos crimes de guerra perpetrados pela Alemanha durante a IIª GG.
Tsípras fala na “obrigação moral ” de reparar as atrocidades cometidas durante três anos de devastação e com a ocupação nazi. Mais afirma que em 1990, após a queda do muro de Berlim “estariam reunidas as legais e políticas condições para resolver este problema, tendo a Alemanha respondido às expectativas com o silêncio”, ziguezagues políticos e dilações temporais.
O governo grego invoca as execuções maciças, as pilhagens bárbaras e os massacres de localidades inteiras.
Também Paraskevopoulos, o ministro da Justiça, vai mais longe e invoca o direito ao arresto e penhora de todas as propriedades e bens alemães na Grécia, como forma de compensação das vítimas dos nazis, dando mesmo o exemplo da vila de Distomo, perto de Delfos, onde em 1944 as tropas germânicas chacinaram 218 inocentes, maioritariamente mulheres e crianças, às bárbaras mãos das SS. Este massacre brutal foi lembrado como uma das mais odiosas atrocidades da IIª GG.
Por seu turno, o governo de Berlim diz que honrou as suas obrigações de guerra. A Grécia recebeu 115 milhões de marcos em 1960, mas Atenas reitera que o montante ascende a 160 biliões e que o dinheiro recebido não foi senão o primeiro pagamento inicial.
Em boa verdade, se na Alemanha se gerou um sentimento anti-grego, na Grécia emerge um feroz sentimento anti-alemão e fala-se já da “merkelização da Europa”, lembrando ainda que a ocupação nazi da Grécia foi a mais brutal da Europa, com mais de 300 mil mortos em resultado da fome,130 mil executados em represálias e exterminação da sua comunidade judaica nas câmaras de gás.
Uma guerra fria e desesperada na qual começa a valer tudo e onde a Grécia relembra o período mais tenebroso da Alemanha, que desde final da década de 40, este país tenta, em vão, esquecer e apagar.
 

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