Tal Gama ao mar voltado…

Jaime José Matos da Gama será um promissor banqueiro tardiamente descoberta a vocação de administrar no seu quintal insular o espírito santo, que é uma pomba branca e sagaz poisada no ombro de uma virgem pálida. Apesar de em 2012 garantir ter como “grande ambição ser motorista dos netos, querer ter tempo para pensar, reflectir […]

  • 13:29 | Terça-feira, 11 de Março de 2014
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Jaime José Matos da Gama será um promissor banqueiro tardiamente descoberta a vocação de administrar no seu quintal insular o espírito santo, que é uma pomba branca e sagaz poisada no ombro de uma virgem pálida.
Apesar de em 2012 garantir ter como “grande ambição ser motorista dos netos, querer ter tempo para pensar, reflectir e ter uma vida distendida em relação à fruição de coisas simples”, Jaime José cansou-se em menos de dois anos. Ou pensou tudo o que tinha para pensar, reflectiu o que tinha a reflectir e distendeu o que havia a distender…
As vocações tardias se silenciadas em obsessões podem dar frustrações fraturantes. Arredado o intento de vir a ser presidente de Portugal, chairman em Fajã de Baixo, Ponta Delgada, tornou-se atraente, estimulante e um novo desafio aos 67 anos de idade. Se bem que assim, já não seja fácil levar a pueril descendência à escolinha, ao ballet, à catequese …
Prova também evidente do que dizem os ministros de Passos-Portas & Co. sobre a esperança e qualidade de vida deste poviléu madraço.
O tempo de pedreiro, professor, jornalista da democracia obreiro, deputado, ministro, sinistro* ilhéu de mares profundos, presidente da casa onde o povo fala e titular de cem medalhas, cruzes, grã-cruzes, colares, comendas, condecorações e prebendas, baqueou na tentação ou perdição de assumir ser só um serviçal do encardido capital.
Ou então, talvez a coerência seja apenas invisível à vista desarmada…
 
* de esquerda
 
 
 

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Publicado em Editorial