Syrinizou-se!

  Perante os resultados eleitorais de hoje e na Grécia, Coelho ainda invocará de boca alarve e cheia a syrinização dos partidos da oposição? Tsípras mostrou a sua credibilidade mas, mais do que isso, mostrou ser um político com determinação, coragem, verdade e coerência. Atributos que não abundam por cá, nem em Coelho nem em […]

  • 23:41 | Domingo, 20 de Setembro de 2015
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Perante os resultados eleitorais de hoje e na Grécia, Coelho ainda invocará de boca alarve e cheia a syrinização dos partidos da oposição?
Tsípras mostrou a sua credibilidade mas, mais do que isso, mostrou ser um político com determinação, coragem, verdade e coerência. Atributos que não abundam por cá, nem em Coelho nem em Portas. Em benefício de dúvida e substituindo determinação por casmurrice e coragem por subserviência, ainda lhes dávamos um ponto e meio… Mas ao lembrarmos, em termos de solidariedade com os países mais endividados, a forma vil como ele e Rajoy se conduziram, entramos, de novo, na contagem negativa.
 
De acordo com um mapa baseado nos resultados eleitorais de 2011, a maior abstenção, com excepção do distrito de Coimbra 16.7% e Leiria (15,2%), verificou-se nos distritos do interior: Bragança 19,2%, Guarda 22,1%, Castelo Branco 23,6%, Portalegre 32,6%, Évora 18,7% e Beja 18,2%.
Açores e Madeira também integram esta lista com 23,6 e 19,5%, mas mesmo paradigmática foi a abstenção dentro e fora da Europa com 33,3%.
Poderíamos falar de uma maior escolaridade da população, mas tal não se aceita pois Coimbra, por mero exemplo, está no rol. Deveremos sim falar das profundas assimetrias económicas entre a faixa oriental e a ocidental do continente e a realidade mais “politicamente ficcionada” das ilhas. Quanto aos nossos emigrados, eles não se esquecem porque deixaram a pátria avara que os correu de seu solo sáfaro. É pois inevitável o manguito.
O maior investimento no litoral, o maior número de empregos consequentes, a crescente desertificação e envelhecimento do interior e ilhas serão algumas das prováveis causas deste efeito. Porém, não é descabido invocarmos a profunda desilusão dos portugueses perante a governação, a política e os políticos, três elementos em queda muito livre na última dúzia de anos, mais sentida no território mais desprotegido, carenciado e esvaziado de quase tudo. Por eles votado ao abandono.
Se nos lembrarmos que em 2009, para as europeias, a abstenção obteve maioria absoluta e que em 2011 Cavaco Silva foi re-eleito por 23% dos eleitores, mais há que acrescentar e neste caso, acerca do descrédito da Europa e da sofrível avaliação dada a Cavaco, o pastor das vacas gordas e o pior Presidente do Portugal democrático. Veremos a 4 de Outubro, se esta tendência persiste ou desiste… É que na abstenção o voto “vale zero”!
 
 

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Publicado em Editorial