Paulo Macedo, o milagreiro?

    Paulo Macedo para uns tem fama de milagreiro, para outros de coveiro. Onde estará a verdade destes ápodos que se lhe vêm colando à pele? Foi director-geral dos impostos, sector onde parece ter feito uma revolução, embora ninguém me tire da cabeça que neste país os impostos são para os pequenos e médios […]

  • 13:20 | Domingo, 17 de Março de 2019
  • Ler em 2 minutos

 
 

Paulo Macedo para uns tem fama de milagreiro, para outros de coveiro. Onde estará a verdade destes ápodos que se lhe vêm colando à pele?

Foi director-geral dos impostos, sector onde parece ter feito uma revolução, embora ninguém me tire da cabeça que neste país os impostos são para os pequenos e médios contribuintes, continuando a haver grandes grupos imunes às suas responsabilidades fiscais. Mas é certo que os contribuintes lhe sentiram o efeito numa caça fiscal sem precedentes. Foi o macro milagre deste magno cobrador…
O XIX Governo Constitucional (2011-15) fazendo fé nesta irrefragável fama de eficácia foi logo buscá-lo para ministro de Saúde. Os cortes orçamentais foram tantos e de tal ordem, que os RH do sector foram, até ao presente, “liquidados” e, à época, a CGTP veio acusá-lo de ser o “coveiro do SNS”.
Não esqueçamos que é o então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Oliveira e Costa (lembram-se dele?) que em 1989 reparou nas competências do funcionário Paulo Macedo e lhe deu asas para voar. Grande padrinho.
Entretanto, já com António Costa, e em 2ª escolha (as trapalhadas com o António Domingues) vai para Administrador da CGD e, mangas arregaçadas até aos sovacos, dá início ao seu 2º milagre. E como o consegue? Cobrando os milhares de milhões de empréstimos feitos pelos anteriores colegas a La Seda, a Joe Berardo e tantos outros? Não…
— Fecha agências e serviços;
— Despede/dispensa colaboradores (os mais humildes da hierarquia) em número crescente;
— Corta na manutenção dos equipamentos, tornando obsoletos  muitos deles;
— Aumenta sistematicamente as taxas aos clientes/utentes sem quaisquer contrapartidas qualitativas dos serviços;
— Baixa os juros…
Desta e da outra forma, ou por esta fórmula, além de canalizar serviços, caso da Saúde, para os hospitais privados – que terão agradecido o desvelo – penaliza utentes, mormente os mais carenciados, retirando-lhes serviços e direitos constitucionalmente consignados, aumentando as taxas com piores serviços prestados o que, e no caso da CGD, transformou quase num pesadelo uma mera ida a um balcão, pela deficiência dos recursos existentes. Bichas morosas e funcionários esmerados mas quase à beira de um ataque de nervos…
Na AT criou fama… se até o “mágico” do BPN Oliveira e Costa  reparou nele em 88/89… no SNS, os seus cortes brutais – que nada parece terem resolvido, pelo contrário muito tendo agravado – terão feito um número de vítimas nunca determinado.
Na CGD, o banco público “óptimo + só para alguns“, tarda a responsabilizar as magnas empresas devedoras como a La Seda, Acuinova (Pescanova Mira), Reyal Urbis, Finpro, GES, Soares da Costa, duas concessionárias de autoestradas, resort Vale do Lobo, etc., etc., etc…
Por estas bandas, as insolvências dispararam e como os gestores/administradores anteriores não terão acautelado – vá-se lá saber porquê? – os interesses da instituição, a recuperação é zero. Por isso urge ir buscar aos pequenos e médios clientes. Esta será a receita para mais um milagre, pois já apresenta lucros, lucros à custa das parcas poupanças dos pequenos aforradores. Quando são responsabilizados os responsáveis pelo descalabro?
Parabéns? Nem por isso. A injustiça autocrática raramente os merece, mais faz lembrar a Estradas de Portugal, ou Infraestruturas de Portugal que não cuidam das vias, apenas colocam placas de interdição às centenas e lucrativos radares atrás de cada moita, em nome da ficcionada redução dos acidentes rodoviários, que provavelmente não sucederiam se as vias estivessem cuidadas e se não houvesse tanto pórtico a saquear os automobilistas… Mas isto já é outra conversa.
 


(Foto DR)

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Editorial