O sr. Sobrado a ministro da Cultura, já!

E desses milhões todos, em cômputo final, o que fica do seu agir de “estracassantemente” revolucionário, além das muitas festarolices efémeras, com ganhos para meia dúzia, mas sem proveitos à vista para os 100.000 munícipes do Concelho?

Tópico(s) Artigo

  • 21:55 | Sábado, 06 de Fevereiro de 2021
  • Ler em 2 minutos

Lê-se para aí pela pena de escribas mais embevecidos e deslumbrados com a aura deste neófito S. Jorge, que ele vai ser o ministro da Cultura no seu eterno e risonho futuro a vir.

Esqueceu-se a autora do panegírico de clarificar se ainda no governo de António Costa se num do Rui Rio, se lá chegar.

O sr. Sobrado é afinal o tal que saiu a correr do lugar de vereador da câmara municipal de Viseu, por motivos ainda por dilucidar, invocando ter chegado ao fim de um ciclo.


Ao que se julga saber e se não houver pelo meio nenhum contratempo imprevisto, o fim do ciclo seria aí para finais de Setembro de 2021. Se decidiu ou por ele decidiram antecipar esse fim, um dia se saberá.

Mais anda no ar a preocupação em saber para onde vai em fim de ciclo. Que seja para ministro, mas mais importante seria saber porque vai…

Entretanto, o “vereador-nim”, o “sai-mas-fica”, multiplica-se em grandes entrevistas de auto-proclamação, muito laudatórias da sua insigne pessoa, através das quais vamos conjecturando perplexos que Viseu antes dele não existia. Existiu com ele e no futuro, sem ele, ou com ele a ministro não existirá.

Há gente assim, autênticos marcos charneira no fluir da humanidade. O homem é um Napoleão, um Ghandi, um Mandela, um Obama…

Na sua atrevida presunção, faz bem jus ao lema de Luís XV: “Après moi, le déluge!”, mas esse sabia do que falava…

O Sr. Sobrado age como um megalómano atestado de egocracia. Permitiram-lhe ser assim. Tem-se em altíssima conta e a sua auto-estima dava para uma equipa de futebol inteirinha, árbitro incluído.

Há, todavia, alguns pontos que seria bom termos presentes. Desde Outubro de 2017 a Dezembro de 2019, o vereador Sobrado custou ao erário municipal em despesas com o pelouro a módica quantia de 14 778 322,00 €.

Será que estes milhões todos serão alheios ao invocado e propalado milagre das rosas do Rossio?

E desses milhões todos, em cômputo final, o que fica do seu agir de “estracassantemente” revolucionário, além das muitas festarolices efémeras, com ganhos para meia dúzia, mas sem proveitos à vista para os 100.000 munícipes do Concelho?

E claro, ainda estamos por saber – há de ser segredo de Estado – quanto foi gasto e onde foi gasto com a Viseu Marca, onde o dito também pontificou. A tal estranha parceria da CMV com a AIRV e a Associação Comercial…

Tenhamos porém presente que Almeida Henriques foi o pai desta desaforada folia. Foi ele que trouxe o “futuro ministro da Cultura”, que o impingiu a Viseu como o 5º cume do Everest, que lhe deu os milhões para estoirar.

E disso não se pode alhear, nem lixiviar, pois enquanto durou a folia, com ela e à custa dela muito músculo foi inchando…

 

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Editorial