O naufrágio do sonho americano

"Donald, agradeço a publicidade gratuita para 'Borat'! Admito que também não acho você engraçado. Mas mesmo assim o mundo inteiro ri de si" e acrescentou "Estou sempre procurando pessoas para o papel de palhaços racistas e você precisará de um emprego depois de 20 de janeiro. Vamos conversar!".

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  • 20:01 | Terça-feira, 27 de Outubro de 2020
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A administração Trump e o surto pandémico global evidenciou as fragilidades de uma das maiores economias mundiais e transformou a imagem do sonho americano, do Eldorado, numa realidade distante para milhões de cidadãos, aproximando-a de um calamitoso pesadelo.

Os EUA veem-se hoje com mais de 11 milhões de desempregados a sobreviver à custa dos bancos alimentares criados nalguns estados para evitar a fome, já não conseguindo obviar aos cortes de electricidade por falta de pagamento e às ordens de despejo por incumprimento no pagamento dos créditos à habitação.

Há hoje cidades onde as filas para acesso aos bancos alimentares têm quilómetros de comprimento e nas quais cidadãos que há bem pouco tempo tinham uma vida normalizada, trabalho e dinheiro para viver, passam horas infindas para poderem aceder ao único sustento semanal das suas famílias.

Por sua vez, a Covid 19, desprezada e ridicularizada desde início pelo presidente Trump, tem segundo os dados de hoje, 8.992.651 de infectados e 231.528 mortos. Ou seja, não se consegue inverter a tendência de crescimento destes trágicos números.


Como consequência imediata, as eleições para a presidência que decorrerão dentro de meia dúzia de dias, terça-feira dia 3 de Novembro, dão nas últimas sondagens Joe Biden à frente de Donald Trump com 86% de probabilidade de alcançar a vitória. Mas as sondagens…

Jogam-se os últimos trunfos, Trump que chama ao seu oponente “Sleepy Joe”, depois de o acusar e à família de criminosos, sem conseguir cumprir a promessa de baixar o número de infectados da Covid 19, de apresentar a vacina conforme o alardeado nos últimos meses e com um aumento diariamente crescente do número de norte-americanos no limiar da pobreza, é visto como um desaire total e o pior presidente da História dos EUA, segundo os analistas.

Trump arrasta-se penosamente nas teias que entreteceu e o seu descrédito é tal que, e por exemplo, depois de ter criticado o actor Sacha Baron Cohen a propósito do seu último filme “Borat”, recebeu dele esta resposta no Twitter::

“Donald, agradeço a publicidade gratuita para ‘Borat’! Admito que também não acho você engraçado. Mas mesmo assim o mundo inteiro ri de si” e acrescentou “Estou sempre procurando pessoas para o papel de palhaços racistas e você precisará de um emprego depois de 20 de janeiro. Vamos conversar!”.

 

 

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