Na Suíça até as vacas são boas!

    Portugal em 36º lugar no ranking mundial de competitividade quer dizer o quê? Quem é o Fórum Económico Mundial? Uma entidade privada Suíça que reúne em Davos e se auto-intitula como organismo internacional independente empenhado em “melhorar o estado do mundo através da participação de líderes de negócios, política, académicos e outros da […]

  • 11:22 | Quarta-feira, 03 de Setembro de 2014
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Portugal em 36º lugar no ranking mundial de competitividade quer dizer o quê?
Quem é o Fórum Económico Mundial? Uma entidade privada Suíça que reúne em Davos e se auto-intitula como organismo internacional independente empenhado em “melhorar o estado do mundo através da participação de líderes de negócios, política, académicos e outros da sociedade que definam as agendas globais, regionais e industriais a seguir.”
Na cidade Suíça de Davos reúnem-se anualmente à volta de 2.600 políticos e magnates “para exaltar a bondade do capitalismo especulativo de negócios sensacionais e de caçadores de fortunas” que estiveram por trás do descalabro financeiro da Europa e da América do Norte.
Aqui, o capitalismo fechou-se à democratização participativa da sociedade e encapsulou-se em torno das concentrações do poder económico para orientar o poder político.
Dito isto, o FEM colocou Portugal no 36º lugar do ranking mundial de competitividade. É óptimo. Os mercados patrões gostam de nós. Ou melhor, do trabalho dos seus “funcionários”. E dizem mesmo: “o ambicioso programa de reformas adoptado pelo país parece começar a dar bons resultados.” A pergunta é: Para quem? Para os especuladores financeiros internacionais? Aqueles que mais ganharam com uma “crise mundial” que não nasceu de geração espontânea?
Em contrapartida, esse aumento de competitividade colocou a dívida pública no 6º pior lugar do ranking dos 144 países em análise, penalizado pela falta de desenvolvimento do mercado financeiro e a ineficiência do mercado de trabalho…
Burocracia excessiva, carga fiscal exagerada acesso restringido ao financiamento são o busílis. Dizem eles…
Talvez aumentando o horário de trabalho, diminuindo salários,  reduzindo mais serviços na função pública; talvez entregando-os aos privados; talvez taxando menos as grandes fortunas ao invés de taxar mais os funcionários públicos e os reformados; talvez fiscalizando mais eficazmente as actividades bancárias, obviando e evitando as mega-fraudes que os contribuintes portugueses acabam por pagar…
Ah! Portugal, segundo os sábios neo-liberais do capital, está em 2º lugar com a melhor qualidade das estradas… Pena é que os portugueses não tenham dinheiro para circular nelas, pagar 60% de imposto por litro de combustível, portagens desmesuradas e… cereja em cima do bolo: dos automóveis mais caros do espaço Schengen…
 

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Publicado em Editorial