Mas afinal, o que é a Liberdade?

Cada cidadão, na sua singularidade, poderá, não o devendo fazer, pôr em causa e risco a sua própria vida. Não tem é o direito, na inobservância das normas em vigor, de pôr em causa a vida do seu semelhante, por incúria, rebeldia, desafio, falta de cidadania, inconsciência, egoísmo, burrice… Aí acaba a sua liberdade.

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    • 15:04 | Quinta-feira, 29 de Outubro de 2020
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    Basta uma rápida ‘net consulta’ para encontrar 12 respostas à questão enunciada neste título.

    Aqui ficam…

    1. condição do ser que pode agir consoante as leis da sua natureza


    2. direito que qualquer cidadão tem de agir sem coerção ou impedimento, segundo a sua vontade, desde que dentro dos limites da lei

    3. Filosofia – capacidade própria do ser humano de escolher de forma autónoma, segundo motivos definidos pela sua consciência

    4. livre arbítrio

    5. estado de quem não está preso, detido ou em cativeiro

    6. Política – condição de autodeterminação de um povo ou de uma nação; estado do país que não está dependente de um poder estrangeiro

    7. ausência de restrições ou constrangimentos

    8. licença; permissão

    9. figurado atrevimento; familiaridade excessiva

    10. figurado franqueza

    11. plural – garantias; regalias; imunidades

    12. plural – modo ousado ou insolente de agir com alguém.

     

    Acrescentaria aquilo que sempre ouvi da boca de meus pais:

    A liberdade de cada um é algo de fundamental, mas que acaba quando põe em causa a liberdade dos outros.

    A partir daqui passamos às imagens hoje transmitidas da Nazaré, dos amantes de surf, desportos radicais e da fotografia-espectáculo…

    Centenas de adeptos acorreram à praia para assistirem a esse maravilhoso fenómeno das maiores vagas do mundo e dos desportistas que as sulcam com audácia. Normal. Anormal é o não cumprimento das regras básicas sanitárias em tempos de pandemia. Uso obrigatório da máscara (as coimas podem ir até aos 500 €) e a observância da distância social de segurança.

    No local, centenas de espectadores, maioritariamente, não cumpriram.

    Por seu turno, o oficial da marinha presente, referia que a grande preocupação era em primeiro lugar afastar o público das arribas. Em vão. Em segundo dar apoio aos surfistas. A GNR interpelava os presentes de forma pedagógica. Em vão. A Protecção Civil, com megafone, pedia o respeito das regras. Em vão.

    Cada cidadão, na sua singularidade, poderá, não o devendo fazer, pôr em causa e risco a sua própria vida. Não tem é o direito, na inobservância das normas em vigor, de pôr em causa a vida do seu semelhante, por incúria, rebeldia, desafio, falta de cidadania, inconsciência, egoísmo, burrice… Aí acaba a sua liberdade.

    Isto aconteceu um dia após o 28 de Outubro, que contabilizou o maior número de infectados desde o início da pandemia, 3.299, com um total de 2395 mortes. Num momento em que os hospitais estão próximos da ruptura, quando os profissionais de saúde se aproximam de um burnout generalizado.

    Perante os factos e esta indiferença colectiva, que pensar? Será esta a síndrome de Trump, da irresponsabilidade e da ignorância planetariamente difundida? Estaremos perante uma questão cultural/educacional? Por certo. Também perante a inequívoca prova de que este comportamento, como efeito tem uma causa. E ela está em casa, nos princípios e valores transmitidos, na Escola com a educação veiculada, na sociedade, em geral, que faz do desrespeito das leis um acto de musculada assunção e de revolta gratuita, quando, no fundo, essa perigosa rebeldia mais parece ser um acto de mero hooliganismo bárbaro, passe o pleonasmo.

     

    (Foto DR)

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