Macedo: gabado ou vaiado?

    “Um homem no interior tem de competir com todas as peças do xadrez, com todas as peças do sistema. Mas um homem no exterior pode lidar directamente com o próprio Diabo.” “Os Luminares“, Eleanor Catton, Bertrand.     Laudas a Miguel Macedo que se demitiu do governo na sequência dos escândalos gerados pela […]

  • 14:33 | Terça-feira, 18 de Novembro de 2014
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“Um homem no interior tem de competir com todas as peças do xadrez, com todas as peças do sistema. Mas um homem no exterior pode lidar directamente com o próprio Diabo.”
Os Luminares“, Eleanor Catton, Bertrand.
 
 
Laudas a Miguel Macedo que se demitiu do governo na sequência dos escândalos gerados pela “Operação Labirinto”.
Cremos que esperava um sólido pretexto para sair, urgente e airosamente. Foi-lhe dado de bandeja pela cupidez dos arguidos neste caso de corrupção, peculato, troca de influências e nem sabemos mais quê. Ainda por cima, alguns, seus conhecidos, até amigos e ex-associados.
Macedo, independentemente da sua inocência, estava ferido de morte na sua autoridade e consequentemente muito fragilizado no exercício do seu poder.
Por outro lado, estas “pepitas auríferas” da lavra do engenhoso Portas e em nome da nobre salvação da Pátria, depois de um ministro como Mota Soares — o rapazinho da lambreta — ter despedido/requalificado de uma arrochada quase 700 trabalhadores da SS, depois de um ministro com Pires de Lima, o comediante, ter justificado a venda de 66% da TAP como “um acto de grande coragem” — é sempe preciso muita coragem para alienar o que não é nosso — Paulo Portas, com esta galinha poedeira, abriu senda a um vespeiro de corrupção, na “oportunidade de negócio” mais plastificada, pirosa, nova-rica, duvidosa, branqueadora e questionável dos últimos tempos. Suplantou-se até no negócio profundo e mírifico dos submarinos e pandures.
O que lhe justificará, com mérito, os prováveis 4% a que o CDS se reduzirá em breve…
Quando os fins justificam os meios, o caminho a trilhar torna-se um ínvio ziguezague, cheio de atalhos, esconsas vielas e sombrias esquinas.
Neste tipo de percurso movem-se à vontade meliantes, traficantes, crápulas, corruptos, marginais, malfeitores e delinquentes.
O caso gerado em torno dos vistos gold está ser dilucidado até às últimas consequências. Para já, além da factualidade que levou à actuação de 200 polícias e à detenção para interrogatório de 11 arguidos, há ainda pela frente uma via-sacra juncada de realidades, suposições, conjecturas, presunções e fantasias.
Miguel Macedo entendeu-o e saiu a ser gabado, evitando ser vaiado.

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Publicado em Editorial