Laranjal ou pantanal?

    Tem sido por demais bizarra – e isto é um eufemismo leve – a política de Pedro Passos Coelho, Rangel e outros membros do PSD em prol de um revanchismo oportunista, politiqueiro e lesivo para milhões de portugueses. Como é sabido, quaisquer indivíduos que tivessem passado por lugares de destaque no governo de […]

  • 13:51 | Sábado, 11 de Junho de 2016
  • Ler em 2 minutos

 
 
Tem sido por demais bizarra – e isto é um eufemismo leve – a política de Pedro Passos Coelho, Rangel e outros membros do PSD em prol de um revanchismo oportunista, politiqueiro e lesivo para milhões de portugueses.
Como é sabido, quaisquer indivíduos que tivessem passado por lugares de destaque no governo de Coelho, fazendo as políticas de BCE, FMI, Eurogrupo, Goldman-Sachs e similares, teriam todos a merecida recompensa quando dele alçassem.
Não sei porquê, mas lobrigo uma estranha analogia entre Judas e os 30 dinheiros da traição. Porém, podem ser só visões…
Moedas, Gaspar, Arnaut, Álvaro, Maria Albuquerque et all incluem uma estranha lista de gente empregada por esses organismos, a soldo de quem parece terem servido. Será possível?
A questão é saber se já serviam antes ou só foram servir depois.
Passos quer, reclama, implora duras sanções para Portugal. Rangel esganiça-se a guinchá-las no PE…
Agora, um tal Mário David, que foi secretário de Estado dos Assuntos Europeus no consulado de Barroso, parece estar por detrás da notícia difundida pelo jornal Euroactiv, de que Durão Barroso apoiaria a búlgara Kristalina Georgieva, vice-presidente da EU, para o mais alto cargo da ONU.
Mais se escrevia que Durão Barroso teria requerido o apoio ao grupo Bilderberg, no encontro de Dresden, para aquela búlgara, em detrimento do seu conterrâneo António Guterres.
Este Mário David é um homem de confiança do leste e, há bem pouco tempo, foi condecorado pelo primeiro-ministro xenófobo, Viktor Orban, “pela amizade e defesa dos interesses políticos e económicos” da Turquia. Este “laranja” foi até ao ano de 2015 vice-presidente do PPE e moveu-se maioritariamente em acções pró Sérvia, Hungria, Bulgária, Turquia…
Contudo, a candidata apoiada por Mário David contra António Guterres tem um handicap: terá sido, segundo o Euroactiv membro dos antigos serviços secretos búlgaros ligados à URSS. Mas se calhar até é curricular. Gente boa…
Durão Barroso veio desmentir tal apoio, dizem que com veemência . Porém…
Quanto a Mário David, muito se fala também do seu envolvimento em estranhos e falidos negócios na Colômbia, cujo presidente, Juan Manuel Santos, o condecorou com a alta Ordem de São Carlos.
Também Pedro Vargas David, filho de Mário David, decerto por acaso, foi à época contratado para expandir na Colômbia a holding portuguesa Jerónimo Martins, tendo sido nomeado CEO do grupo Prebuild nesse país, que iria investir 250 milhões de dólares e criar 1600 postos de trabalho, tudo tendo descambado num monumental incumprimento.
Aliás, Mário David foi apodado localmente na comunicação social como “el hombre detrás de los negócios-fiasco de los portugueses en Colombia”.
Agora, este jovem promissor terá fundado com o papá a Alpac Capital, onde é CEO, um fundo de investimento que age na Colômbia e no Perú, contando com sócios como: Jose Luis Silva, ex-ministro do Comércio Externo e Turismo do Perú, Felipe Oriol, membro do conselho da Associação Espanhola de Entidades de Capital de Risco, Gabriel Jaramillo, ex-CEO do Citibank Colômbia e México, presidente do Santander Colômbia, Brasil E EUA, Richard Webb ex-governador do Banco Central do Perú e presidente do Banco Latino. Boa rapaziada ao que se crê. Todos devem ser comendadores, se não por Cavaco, por outro seu homólogo, colombiano ou búlgaro.
Portugal, através de “filhos” deste precioso quilate, leva longe, da América Latina ao Leste o seu bom nome.
Quanto ao partido laranja só pode ter sido alvo e vítima de uma arreliadora coincidência, porque muitos destes rapazes podiam ser do CDS ou PS. Mas não são… (ao que parece).

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Editorial