A CGD e as virgens do serralho

    O bruaá que está a levantar o não estabelecimento de tectos salariais para os administradores da CGD é uma questão de mera demagogia populista. A CGD é O banco público. Está numa má situação financeira por motivos vários. Entre eles, as ruinosas gestões de comissários políticos lá colocados para fazerem os fretes aos governos […]

  • 10:06 | Quinta-feira, 09 de Junho de 2016
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O bruaá que está a levantar o não estabelecimento de tectos salariais para os administradores da CGD é uma questão de mera demagogia populista.
A CGD é O banco público. Está numa má situação financeira por motivos vários. Entre eles, as ruinosas gestões de comissários políticos lá colocados para fazerem os fretes aos governos e seus afilhados.
Os portugueses, uma vez mais, são convocados a pagar todos esses desmandos, compadrios, amiguismos e sabe-se lá que mais.
Ainda nos recordamos, por exemplo, da administração da CGD em Espanha e no Brasil e nos imensos milhões de prejuízos causados. Mas não é preciso ir ao estrangeiro…
A CGD carece de excelentes profissionais e não de “boys”; precisa de gestores de topo e não de empregados de balcões de Trás-os-Montes; tem urgente necessidade de decisores de grande competência e alargada visão para estancar a catástrofe que sobre ela impende.
Esses gestores não custam peanuts. E mais vale pagar muito a quem sabe do que pagar a “sapatilhas” subservientes do poder para depenarem, cronicamente, o contribuinte.
Um gestor de topo tem custos. Esses custos deverão obrigar a uma cabal responsabilização dos seus actos. A uma pesada penalização das suas asneiras. A uma criminalização dos seus “favores”.
Quando aparecem as “virgens” do CDS/PP a clamar aos 4 ventos a sua indignação, com o seu CV passado, já nem um sorriso conseguimos esboçar. Apenas um vómito de fel nos acode à garganta.
Analisem-se todos os actos de gestão passados. Faça-se um stud-book de cada case-study calamitoso. Julguem-se judicialmente os causadores de gestões danosas e aos seus mandantes. Dilucide-se a enorme teia de favorecimentos que a CGD tem feito nos últimos dois decénios. A sua instrumentalização governamental. Perceba-se com nitidez a falta de mérito de muitos nomeados. Até de gestões intermédias, a elas ascendidos pelo cartão partidário… e etc.
Lixivie-se com milhares de litros a “casa”. Depois de bem limpa, coloquem lá quem sabe. Paguem-lhes para obviar à bancarrota e para moralizar, muito pedagogica e transparentemente o banco público, que devia ser o mais claro espelho de todas as boas práticas sectoriais. Mas, definitivamente, deixem-se de hipocrisias, de lágrimas de crocodilo, e de carpimentos de virgens do serralho… É que já ninguém acredita na flexibilidade e complacência dos vossos hímenes…

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