O que é um canil/gatil intermunicipal? Um “Auschwitz” canídeo/felídeo? Ou um “lugar destinado a alojamento de cães ou gatos”?

Acreditamos ser o presidente da Câmara de Viseu um autarca e um cidadão de sólidos princípios sociais, morais, éticos e políticos. Esta asserção é igual para os autarcas dos municípios infra referidos. Nesta incontornável premissa fundados, estamos certos ser capaz de lavrar um protocolo para acolhimento de animais abandonados, mas nunca acreditaríamos nem por um […]

  • 16:03 | Terça-feira, 07 de Junho de 2016
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Acreditamos ser o presidente da Câmara de Viseu um autarca e um cidadão de sólidos princípios sociais, morais, éticos e políticos. Esta asserção é igual para os autarcas dos municípios infra referidos.
Nesta incontornável premissa fundados, estamos certos ser capaz de lavrar um protocolo para acolhimento de animais abandonados, mas nunca acreditaríamos nem por um mero e efémero segundo, que pudesse fazer um protocolo com um “Canil/Gatil Intermunicipal” sito às Rãs, concelho de Sátão, pertença ao que se crê, desse município de Sátão, do de Penalva do Castelo e do de Aguiar da Beira, liminarmente para extermínio de animais.
Nesse “canil/gatil” situado a escassos 100 metros da EN 229, entre Rãs e Aguiar da Beira existe, efectivamente, uma construção algo tenebrosa, emparedada com altos tapumes em metal ou fibra, de onde apenas emergem imensos latidos e uma sinistra chaminé…
, Almeida Henriques irá fazer um protocolo com uma instituição de “acolhimento” de cães e gatos sita no Sátão. Supostamente para onde enviará todos os animais pela noite adentro recolhidos na cidade e periferia. Os abandonados.
Já conhecíamos a , muito pugnadora pela limpeza dos espaços – de alguns espaços – centrando-se muito no adjectivo e menos no substantivo da questão. Terá gasto para o efeito milhares de euros em painéis e sinalização vertical copiada “made in usa”, como tivemos já oportunidade de noticiar. Muito louvável, acrescente-se e gabe-se.
Entretanto, tentámos saber o que se passa nesse “canil/gatil” que recebe os animais “recolhidos” pelas citadas autarquias e até por particulares, se procurarem os seus serviços, como nós fizemos. Em que consistem esses serviços? No acolhimento? Ou na eutanásia dos animais, a qual, se entregues por um particular, se tiverem mais de 20 quilos, custa 20€, mais a sua “queima” ou incineração, “pois temos forno para isso”, apurámos, com o custo de mais 25€ acrescidos de IVA?
Acreditamos que o autarca viseense mande recolher os animais abandonados pela cidade e, ao que cremos saber, tem mesmo , o “Cantinho dos Animais”, em Rio de Loba, que não só recebe esses animais, como tem clínica própria para tratar os que aí chegam feridos e/ou doentes. De outra forma nada faz sentido.
Não tendo, o que é de todo inacreditável, com os 60 mil euros que vai pagar anualmente (será possível?) e enquanto exemplar capital do distrito, bem podia construir de raiz 5 ou 6 boxes de 6×3 metros quadrados, mais um compartimento de observação veterinária, para poder dar humano, condigno e caridoso tratamento aos animais abandonados.
Ao que nos foi dado saber, “O Cantinho dos Animais”, onde existe respeito e dedicação pelos seres vivos, recolheu no ano passado aproximadamente mil animais, tendo sido dados a particulares para adopção mais de meio milhar no mesmo período e mantendo ainda alojados perto de 500.
Há qualquer coisa nesta descrita situação que não entendemos muito bem. Porém temos uma certeza absoluta, Almeida Henriques, pessoa de bem, autarca diligente, muito caritativo e assazmente piedoso, nunca seria capaz de dar 60 mil euros para “queimarem” os cães e os gatos abandonados em Viseu.
E quem o disser “mentirá com os dentes todos” e ter-nos-á sempre ao lado do autarca contra essa inverosímil, cruel e impiedosa situação.
Decerto, lúcido, sensato e inteligente como é, encontraria uma solução mais cabalmente humanitária e de acordo com os seus sólidos princípios referidos.
Vamos andar atentos para perceber se afinal, o “canil/gatil intermunicipal” em causa é aquilo que o nome indica e o dicionário explica “lugar destinado a alojamento de cães ou gatos”; “entidade beneficente cuja finalidade é o abrigo temporário de cães ou gatos”; “entidade comercial cuja finalidade é a reprodução de cães ou gatos para venda”, ou se, baseado num nome ambíguo, é um mero matadouro de animais abandonados.
E ademais co-financiado em muitos milhares de euros pelo EU…

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Publicado em Editorial