Jonet e o Rock in Rio

  I Isabel Jonet é um bocadinho desbocada. Mas como isso é coisa tão comum hoje em dia cada vez menos se estranha. Porém, não ter a capacidade de justificar os menos 15% de dádivas recebidas pelo Banco Alimentar a que preside, com a crescente dificuldade que os portugueses, em geral, começam a ter para […]

  • 10:59 | Segunda-feira, 02 de Junho de 2014
  • Ler em 2 minutos

 
I
Isabel Jonet é um bocadinho desbocada. Mas como isso é coisa tão comum hoje em dia cada vez menos se estranha. Porém, não ter a capacidade de justificar os menos 15% de dádivas recebidas pelo Banco Alimentar a que preside, com a crescente dificuldade que os portugueses, em geral, começam a ter para a sua auto-sobrevivência e com a evidente facilidade com o que o Governo elimina o Estado Social, já é… falta de lucidez, para não dizer “burrice”.
Daí para a insensatez vai um passo: os portugueses deram menos porque houve afinal um fim-de-semana com bom tempo, foi tudo para as praias e eventos como o Rock in Rio não ajudam e esvaziam os supermercados. Deus lhe valha!  Afinal esta “tia” vive em que mundo?
II
Passos-o-casmurro, três vezes chumbados pelo TC os cortes aos funcionários públicos, está já a congeminar um novo plano.
Já não sabemos se é o B ou o Z (ele tem tantos…).
Decerto que sendo a Constituição da República Portuguesa a “lei das leis” e se o primeiro-ministro anda todos os dias a estudar como a há-de “contornar”, como se há-de chamar a esta crónica e constante prevaricação, desrespeito pela Lei e sucessivos manguitos ao Estado de Direito e Democrático?
Passos Coelho reage ao chumbo do TC ameaçando: “ Se o Governo não poder baixar os salários, nem as pensões, nem reduzir o emprego, o caminho será um segundo resgate.”
Logo agora que queria começar a aforrar para o “milagre” económico antes das legislativas…
E já agora, não arranja um plano Alfa ou Ómega  que não inclua sempre os mesmos?
Podia ser com os banqueiros insolventes, tão carenciadas e tão ajudados…
Baixar salários quando vamos com metade dos da Europa, em geral?
Baixar pensões quando há idosos a morrer de fome e por falta de cuidados médicos primários?
Reduzir o emprego?
Ó senhor primeiro-ministro e não há quem o reduza a si pela incompetência diária que demonstra, ao zero que de facto é?
E entretanto, porque é que a dívida não cessa de crescer, porque é que as milagrosas exportações decrescem e porque é que as gorduras do Estado com fundações, parcerias público privadas, etc., nunca mais produzem efeito que se veja?
Porque o senhor primeiro-ministro não trabalha para Portugal nem para os portugueses.
Trabalha para os mercados.
Trabalha para cevar cada vez mais os credores, a agiotagem internacional…
Certo é haver mais crianças a passar fome em Portugal.
30% em risco de pobreza, segundo a ONU, sem acesso “aos mínimos da alimentação, educação e protecção social”.
Vale a pena fazer sacrifícios para isto?
A percentagem da população portuguesa, segundo a mesma fonte, já conta com 2 milhões de portugueses no limiar da pobreza, ou seja, um quinto da população.
Vale a pena fazer sacrifícios para isto?
Estes dados são da ONU e enviados pela UNICEF… Eugénio Fonseca do INE ainda acrescenta: ”nós estamos no terreno e sabemos que a pobreza é superior aos dados oficiais.”
Que mundo é este afinal onde a cada 5 segundos uma criança morre de fome?
Tornámo-nos uma tribo global de desumanas e insensíveis criaturas?
Com governantes que sofrem de psitacismo, incapazes da verdade, mentindo todos os dias, arranjando pretextos para contornarem a Lei e fazerem ainda mais vítimas… é muito natural.

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Editorial