Hoje, ganhei assim o dia…

      Em cada dia se presencia – felizmente – um pequenino gesto, uma atitude, que nos recompõe com o mundo e nos acalenta com um pouco de esperança. Ultimamente, tenho passado mais tempo do que o – nunca – desejado no hospital, por falta de saúde de um familiar. Hoje, 14H00, acabava de […]

  • 1:16 | Terça-feira, 25 de Novembro de 2014
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Em cada dia se presencia – felizmente – um pequenino gesto, uma atitude, que nos recompõe com o mundo e nos acalenta com um pouco de esperança.
Ultimamente, tenho passado mais tempo do que o – nunca – desejado no hospital, por falta de saúde de um familiar. Hoje, 14H00, acabava de o deixar nas urgências, estava a estacionar o carro e vejo uma idosa – por volta dos setenta e muitos – vestida de negro, cabelo muito encanecido e um ar sofrido a caminhar para o hospital, um saco grande de viagem, às costas.
Iria levar a roupa a alguém ou a internar-se por seu pé. Mal ia a sair do carro para oferecer meus préstimos, acercou-se uma jovem – 13/15 anos – com os livros na mão, viria ou iria para a escola e com um sorriso de resplandecente humildade, tirou-lhe o saco das costas, ofereceu-lhe o braço esquerdo e lá foi, levá-la ao destino…
Lamentei não ter a câmara comigo – o que raramente sucede – e fiquei a matutar com os meus botões…
… bons princípios; excelente educação; um Lar sólido; pais atentos; uma estrutura moral e social solidária não contaminada pela enxurrada de esterco circundante.
Apesar das condições adversas, senti ter ganho o meu dia e pensei quão reles e mesquinho é o mundo de muitos adultos e outros tantos políticos presumidos, que por aí pululam, investidos da pseudo grandeza da porcaria que quotidianamente destilam…
 

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Publicado em Editorial