Gerações de medíocres líderes

    Passos Coelho na tradicional festa do PSD na Quarteira, Pontal, proferiu um constrangedor discurso de desgraça, catástrofe, calamidade, apocalipse… no fundo, a ejaculatória esperada de um líder político que governou o país em maioria durante quatro anos e, por pouco – muito pouco – não vendeu o país a retalho, quase deixando 11 […]

  • 11:42 | Terça-feira, 16 de Agosto de 2016
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Passos Coelho na tradicional festa do PSD na Quarteira, Pontal, proferiu um constrangedor discurso de desgraça, catástrofe, calamidade, apocalipse… no fundo, a ejaculatória esperada de um líder político que governou o país em maioria durante quatro anos e, por pouco – muito pouco – não vendeu o país a retalho, quase deixando 11 milhões de compatriotas a pedir esmola à porta dos Jerónimos.
Já aqui escrevemos que este indivíduo deve sofrer de uma patologia do foro psíquico que o leva a não distinguir o real do virtual, que o conduz a esquecer os seus nulos actos, lixiviando-os para os apagar da História recente do país e a não assumir nunca as nefastas consequências da sua governação que, e na sua óptica desfocada, foi sempre o tempo de “Alice no País das Maravilhas”. Se lhe acrescentarmos que o secretário-geral do PSD ainda não percebeu que há meses deixou de ser primeiro-ministro temos um esquisso delgadinho, um borrão do que jamais deveria ser o comportamento de quem, como ele, ainda tem responsabilidades políticas internas, hostes laranja adentro…
Para bem do PSD, de uma oposição credível, da vitalidade da democracia em Portugal, era urgente despedirem-no, rogar ao Portas que lhe arranjasse uma sinecura no México, ao Barroso que o nomeasse seu adjunto na Goldman Sachs ou ao amigo Relvas que o colocasse como seu assessor em qualquer coisa, para lá da Indonésia.
Os maus generais transformam as melhores tropas em carne para canhão. Passos Coelho já devia ter passado à reserva compulsivamente. O PSD está a deixá-lo coser em lume brando num canibalismo atroz. Ou então, muito provavelmente, entre Rio, Sarmento, Albuquerque, Mendes, Montenegro, Soares… tenentes, capitães e majores, não há por onde optar.
No entremez, Coelho vocifera, vitupera, esganiça-se, arrepela-se, deprime-se, comprime-se e só não se suprime, pendurado na desgraça, porque ainda vive da esperança e da ilusão, que são os elixires dos mortos-vivos…
Ou então, na Madeira, ao lado do competentíssimo sucessor de Jardim — como se viu nas declarações proferidas na recente tragédia que o fogo desencadeou — muito se diverte, fazendo de contas que ainda é o tal.
 
(fotos DR, captadas na Madeira)

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Publicado em Editorial