E ninguém os pendura pelos pés do alto dos 93 metros da Statue of Liberty?

    Esta semana: Graves problemas em França com o BNP Paribas que teria camuflado transacções delituosas. Este é o pão nosso de cada dia. Sobre Espanha, Durão Barroso veio afirmar que a culpa da grave crise financeira espanhola se deve aos erros de supervisão do banco central espanhol. Mais garantiu que “não foi a […]

  • 11:31 | Segunda-feira, 23 de Junho de 2014
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Esta semana: Graves problemas em França com o BNP Paribas que teria camuflado transacções delituosas. Este é o pão nosso de cada dia.
Sobre Espanha, Durão Barroso veio afirmar que a culpa da grave crise financeira espanhola se deve aos erros de supervisão do banco central espanhol. Mais garantiu que “não foi a União Europeia que criou o problema, foram os Estados Unidos e países da União Europeia”. E mais acrescentou “É muito fácil atribuir as culpas a Bruxelas quando tudo se trata de esquizofrenia política”.
Nos últimos dias, em Portugal, vimos a derrocada da família detentora do BES.
De Oliveira Costa e do Banco Português de Negócios ao João Rendeiro do Banco Privado, os escândalos e ilícitos cometidos têm sido vultuosos e danosos da economia de Portugal e das finanças de todos os portugueses.
Consequências para os “cérebros”? O que se vê! A golpada do “colarinho branco” fura as malhas da Lei e da Justiça.
Um pouco de História recente:
Há no panorama internacional instituições que manipulam o dinheiro no mundo. A reserva Federal dos EUA, o Banco de Inglaterra, o Banco do Japão, o Banco Central Europeu. A estes juntar-se-á o BIS (Bank for International Settlements) com sede em Basileia. É o banco central dos bancos centrais, patrão dos patrões da banca. Há quem afirme ter sido fundado pela elite do capital financeiro para controlar o sistema político dos países e a economia mundial como se de um feudo se tratasse. Todos estes bancos funcionam em aliança cartelizada para obter benefícios em conjunto desmesuradamente superiores aos que obteriam individualmente.
Entretanto, em 2006 desencadeou-se a crise do subprime gerada pela falência de instituições de crédito dos EUA, concedendo empréstimos hipotecários de alto risco (subprime loan). Vários bancos caíram na insolvência com as consequências conhecidas nas bolsas de valores mundiais. Pensou-se e falou-se, perante a gravidade e possibilidade de alargamento a todos os sectores económicos, em crise sistémica, interrompendo a cadeia de pagamentos da economia global. Chegou-se à crise de 2008. O mercado imobiliário nos EUA é uma pedra dessa espiral com a intensificação do valor dos imóveis e, mais tarde, a concessão de crédito a cidadãos sem capacidade de pagar toda a espécie de bens de consumo, desde cartões a carros. Os clientes “ninja” (do inglês no income, no job, no assets – sem renda, sem emprego, sem património). Surgem os produtos tóxicos, produtos derivados negociáveis no mercado financeiro internacional com valor muitas vezes superior ao das dívidas originais. Esses títulos negociáveis baseados nos produtos tóxicos, obtiveram todo o aval das agências de notação de risco – o que é de facto estranhíssimo… Assim artificialmente reputados, investidores, fundos de investimento e bancos, em geral, disputam a aquisição desses títulos que passam a servir de aval para a contracção de novos empréstimos mundiais. A 18 de Julho de 2007 esta crise de crédito hipotecário levou a uma desconfiança generalizada no sistema financeiro e à falta de liquidez bancária (que o mesmo é dizer: inexistência de dinheiro líquido para os depositantes que o quisessem levantar das instituições bancárias).
O Northern Rock inglês foi o primeiro a ter que ser intervencionado pelo governo. Nos EUA, em meados de 2008 foi o Lehman Brothers e a corretora Merrill Lynch. A JP Morgan e a Goldman Sachs recebem pedidos de créditos de emergência no montante de 75 biliões de dólares. A Moody’s e a Standard& Poors arrasam as notações de crédito. A Reserva Federal concede mais de 120 biliões de dólares à AIG. Aqui estão envolvidos George Bush, Henry Paulson, Bem Bernanke, Barack Obama e John MacCain. Foi aprovado um pacote de 700 biliões de dólares…
Dando um salto no tempo, nem todos perderam com a crise e, países como a China, a Índia e alguns países produtores de petróleo, em contra-tendência, evitam a recessão mundial. Tal provocou um realinhamento da economia mundial. Face ao declínio dos EUA surge a ascenção da China e de outros países até aqui subdesenvolvidos.
No seu blogue “Arma/Crítica, João Rendeiro, do BP, sob o título A crise financeira e bancária de 2008, escreve uma “interessante” e longa análise que merece ser lida…
Voltamos, após esta arqueologia recente e tentativa de síntese do problema em causa, ao cerne da questão. As entidades fiscalizadoras e reguladoras deveriam ser inquestionável e duramente punidas pela sua inacção, ineficiência e incompetência/cumplicidade face a todo este problema.
Se a banca e a corretagem foram, na sua desmesurada cupidez causadores desta calamidade, deveriam estar sujeitas a auditorias constantes e sérias das suas actividades. O mundo do dinheiro é uma espécie dantesca de pesadelo que funciona como um “vampirismo” pago por todos os cidadãos do mundo à escala planetária.
Mas a questão mantém-se e pertinente: Para onde foi o dinheiro? Quem lucrou com toda esta desgraça? Os muito mais ricos estão mais ricos. A classe média foi despojada de seus haveres e seu mediano conforto, os mais pobres tornaram-se mendigos. O mundo está nas mãos de uma agiotagem  sem rosto, sem nome, sem escrúpulos nem quaisquer princípios ou, cujo único princípio é escravizar o cidadão, à escala global, para benefício dessa “escol da escol ou elite das elites”.

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