E amanhã, quando for velho?

  Há ideias, projectos, iniciativas que merecem muito ser divulgadas, estimuladas, acarinhadas. O CAAV, Centro de Apoio ao Alzheimer de Viseu é uma delas. Pessoalmente conheci esta ideia desde a sua génese, por conversas informais tidas com o seu mentor, José Carreira. Gostei do conceito desde o princípio mas, aqui confidencio – farto de ver […]

  • 17:39 | Sexta-feira, 11 de Julho de 2014
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Há ideias, projectos, iniciativas que merecem muito ser divulgadas, estimuladas, acarinhadas.

O CAAV, Centro de Apoio ao Alzheimer de Viseu é uma delas. Pessoalmente conheci esta ideia desde a sua génese, por conversas informais tidas com o seu mentor, José Carreira. Gostei do conceito desde o princípio mas, aqui confidencio – farto de ver bons nadadores afogarem-se à vista da praia – pensei que este tivesse tal fim. Enganei-me redondamente. E fico contente por admiti-lo. O CAAV está aí e a bulir.


É tão basicamente notável quanto hoje os idosos – tão desprotegidos – aumentam a um ritmo galopante e o Alzheimer, esse eufemismo de pré-demência (a palavra arde na boca…) é uma doença que afectará a todos quantos à senescência chegarem. E é uma doença que, tal como a morte, sendo inevitável, parece adquirir dimensões de tabu social sobre o qual ninguém quer falar, ninguém quer admitir, ninguém quer prevenir, ninguém quer informar/formar, ninguém quer conceber e implementar profilaxias para o seu acompanhamento, compreensão, minimização e apoio. No fundo, falamos de quê? De uma degenerescência e morte celular que começa a ocorrer a partir dos 25 anos…

O CAAV foi acarinhado primeiro pelos serviços da Segurança Social na pessoa do seu então dirigente local, Joaquim Seixas. Hoje é apoiado pelo mesmo, mas enquanto vereador da CMV e responsável pelos seus Serviços Sociais.

Mas o CAAV tem um rosto e se discreto, tem origem no seu agir: José Carreira, o presidente das Obras Sociais do pessoal da CMV. E isso, no mínimo, merece ser dito e apreciado, no meio do fogo-faralho de tanta efémera inocuidade.

O ser humano auto ilude-se facilmente com aquilo que a nível de inconsciente recusa. Uma das maiores ilusões é julgar-se imune à inevitabilidade de ser o ancião de amanhã. Há também um erro. Cronica, fatal e egoistamente cometido: o homem ao nada fazer pelos idosos de hoje está a semear o que vai colher quando for o idoso de amanhã.

Tempus fugit…!

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