Do Casal dos Moiros, em Soutosa a Melo, Gouveia…

No passado sábado arrisquei-me a visitar a necrópole medieval de Soutosa. Havia sinais informativos para percorrer os 2 quilómetros. Quase não havia trilho para o fazer. Ou seja, por algum descuido de quem de direito deixaram infestar a estreita senda de flora invasiva que pode levar os menos teimosos a desistir. O que é uma […]

  • 0:14 | Quarta-feira, 10 de Agosto de 2016
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No passado sábado arrisquei-me a visitar a necrópole medieval de Soutosa. Havia sinais informativos para percorrer os 2 quilómetros. Quase não havia trilho para o fazer. Ou seja, por algum descuido de quem de direito deixaram infestar a estreita senda de flora invasiva que pode levar os menos teimosos a desistir. O que é uma pena. Aquele património histórico nacional no meio do monte, popularmente conhecido como Casal dos Moiros, foi um cemitério do tempo da Reconquista e do Repovoamento com oito sepulturas antropomórficas talhadas no rijo granito e que será datado entre os séculos VI e XII.
Os territórios com estes monumentos que ajudam a compreender a nossa História deveriam, através das respectivas autarquias, vereadores da cultura e juntas de freguesia, pugnar com orgulho pela exibição do seu remoto passado.
Decerto que a Câmara de Moimenta da Beira, o seu atento vereador da Cultura e a Junta de Freguesia de Peva darão ao lugar em causa a dignidade perdida, mas, mais que tudo, tratarão dos seus acessos para que todos nós, visitantes, forasteiros, investigadores… possamos conhecer e estudar o nosso comum passado, os nossos ritos, a nossa cultura.
 
Meio Portugal está a banhos. O outro meio está a combater os fogos que irromperam com uma violência inusitada nestes dias de altíssimas temperaturas e baixos índices de humidade.
Há uma pergunta que recorrentemente paira no ar e nunca obteve cabal dilucidação: Quem lucra com tantos incêndios?
 
Por aqui e por ali, em concelhos próximos e distantes, vemos autarcas aflitos e empenhados ao lado da população, como foi o caso de Luís Tadeu, de Gouveia. Aqui, por Viseu, Couto, Boaldeia, Torredeita, o Almeida Henriques e o Guilherme Almeida devem ter receio de ficar a cheirar a fumo, dissipando assim os seus eflúvios perfumados a lavanda…
Viseu ontem cobriu-se de um pesado e opressivo manto de cinza. Idosos – que tanto sofrem com os rigores da canícula tiveram que ser evacuados de Lares; os Bombeiros lutaram denodadamente. As populações estampavam o seu sofrimento e angústia. Os autarcas locais deviam estar na Feira de S. Mateus, a comer farturas e a beber espumante gelado, na zona vip que se auto-reservaram.
Não são tolos. Deixam a toleima para quem neles vota…
 
É bonito de ver na noite estonteantemente feérica da dita Feira, Almeida Henriques de braço dado com as vereadoras da oposição.
Mas quem recusa as gaias companhias e mordomias? Por acaso não vimos fotografias de José Junqueiro e Hélder Amaral. Talvez já não tenham a naïveté de dar para aquele peditório que só serve os interesses do “autarca-holofote”.
Ao que a cândida vaidade sujeita… e como tão facilmente expõe o substrato desta oposição de pantomina.
Viram lá, por exemplo, a Filomena Pires de “flûte” na mão, a brindar ao S. Mateus?
 
Amanhã, em Gouveia e em Melo, no decurso da comemoração do centenário de Vergílio Ferreira (1916/2016), o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa estará presente a convite do presidente da Câmara, Luís Tadeu, que não se esqueceu de convidar a Rua Direita. Lá estaremos e nota oportunamente vos daremos.

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