Balanço autárquico? – Continuidade e consolidação.

Temos conversado com alguns autarcas do nosso distrito. Inevitavelmente uma pergunta se coloca: Qual o balanço destes primeiros três meses de mandato? Se os reeleitos, em geral, não se afastam de um cuidadoso “continuidade”, os novos eleitos, mais cautos, falam em “consolidação” e “manutenção” da obra e trabalho existente. Pouco se ouve falar em “mudança”. […]

  • 0:01 | Quinta-feira, 06 de Fevereiro de 2014
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Temos conversado com alguns autarcas do nosso distrito. Inevitavelmente uma pergunta se coloca: Qual o balanço destes primeiros três meses de mandato?

Se os reeleitos, em geral, não se afastam de um cuidadoso “continuidade”, os novos eleitos, mais cautos, falam em “consolidação” e “manutenção” da obra e trabalho existente. Pouco se ouve falar em “mudança”.

Em todos se sente uma preocupação latente com o período difícil que se atravessa, um desacordo com legislação muito penalizadora das autarquias, principalmente das mais pequenas, uma vontade férrea na promoção dos seus produtos naturais, endógenos, uma imaginação fervilhante na difusão dos seus “territórios” mas, mais do que tudo, uma preocupação em preservar os seus munícipes, principalmente os mais carenciados, os mais desfavorecidos, os mais fragilizados, de todas as consequências do período crítico vivido, nomeadamente no que concerne à Saúde e à Educação.


Além disso, o recuo demográfico verificado na maioria dos concelhos torna-se um quebra-cabeças. E a grande questão impõe-se: como inverter a deslocalização dos jovens para os grandes centros urbanos e como criar condições para a inversão do fenómeno, ou centripetação migratória?

Há que ter empregos, bom Ensino, adequada Saúde, impostos baixos e, cereja sobre o bolo, qualidade de vida com atractividade cultural, recreativa e desportiva.

Fazem-se protocolos com instituições de Ensino Superior, colóquios sobre agricultura, empreendedorismo, economia, desporto… trazem-se ao terreno quantos têm voz sobre as matérias.

Por isso, a Cultura e o Desporto, nas suas mais distintas formas, estão presentes e são bem acolhidas. Também a criação de zonas industriais com condições de estímulo à fixação que superem distâncias e propiciem novos nichos de mercado rendosos.

A última mas não despicienda aposta reside na promoção turística dos concelhos. Valorização do património e História, salvaguarda da paisagem natural na sua integridade tão distinta da cidade, destaque da literatura, do turismo religioso, rural, desportivo e gastronómico.

Os actuais autarcas não vivem sob o signo da abastança nem da ilusão, mas presentificam o zelo, a competência e a força de um poder local de proximidade e com rosto, versus um poder central macrocéfalo, anónimo e, não raro, malévolo.

Se a “crise” tiver alguma faceta positiva, encontramos a sua melhor expressão, na redescoberta do espaço e sua potenciação. Daí, as sensatas lógicas da “continuidade” e da “consolidação”.

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Publicado em Editorial