Automóveis, a galinha dos ovos d’ouro

Em nome de uma qualquer “promoção da segurança rodoviária e da diminuição da sinistralidade”, ciclicamente, uma qualquer “autoridade rodoviária”, seja lá isso o que for, vem com mais umas ideias peregrinas “à la page” para o sector. Talvez queiram acompanhar os modismos que estão na “berra”. Ou apenas queiram bulir para justificar a sua eventual […]

  • 8:08 | Segunda-feira, 04 de Novembro de 2019
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Em nome de uma qualquer “promoção da segurança rodoviária e da diminuição da sinistralidade”, ciclicamente, uma qualquer “autoridade rodoviária”, seja lá isso o que for, vem com mais umas ideias peregrinas “à la page” para o sector.

Talvez queiram acompanhar os modismos que estão na “berra”. Ou apenas queiram bulir para justificar a sua eventual ociosa existência. E então inventam (ou copiam?), por exemplo, uma nova sinalização rodoviária vertical ou horizontal.


Provavelmente, na louvável intenção de diminuir a tal sinistralidade rodoviária nacional. Que é elevadíssima.

Todavia, sem ilusionismos nem truques, poderiam e deveriam começar por diminuir a carga fiscal no sector automóvel, que é das mais altas da Europa, permitindo assim a renovação do parque automóvel português… que é um dos mais velhos da Europa.

Podiam baixar ou eliminar as portagens, nomeadamente no interior, caríssimas, que impedem que a maioria dos portugueses circulem nessas autoestradas que deveriam ser SCUT’s, sem custos para o utilizador, mas não o sendo, levam a maioria dos utentes a circular em EN’s  cheias de tráfego e riscos.

Podiam melhorar EN’s como, por mero exemplo, a EN229, no troço de Viseu até Aguiar da Beira, fonte de inúmeros e mortais acidentes, ao invés de semearem placas de limitação de velocidade, bem mais baratas e muito lucrativas – em coimas, claro!

Podiam definitivamente acabar com a Estrada da Morte, o IP3, cujas soluções e obras se arrastam há décadas, provocando já centenas de vítimas mortais. Recordemos que, desde 1991 até 2017, apenas em 20 quilómetros de percurso, na área de acção dos bombeiros de Penacova, se registaram 1825 acidentes, com 1836 feridos e 123 mortos. É elucidativo? Em 20 quilómetros…

São meros exemplos em domínios concretos onde o Estado podia e devia intervir e assim diminuir a mortandade/sinistralidade nas EP’s.

Até criando os IC’s que faltam, nomeadamente no interior, vide IC26 entre Lamego e Trancoso, fonte de sinistralidade e de asfixia ao desenvolvimento de uma grande parcela de território envolvendo vários concelhos.

Até e só efectuando uma manutenção séria das EN’s.

Até…

O resto, “plaquinhas e plaquetas” é panaceia de “trompe à l’oeil” revestida de brilhante celofane… a embrulhar coisa nenhuma.

Paulo Neto

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