As "brincadeiras" de Mister Trump

Ao que parece e se ouve, Qasem Soleimani não era santo de altar, mas daí… Donald Trump, ou melhor, os seus líderes espirituais (chamar-lhes patrões soaria mal), os homens dos negócios do petróleo e do armamento, no entendimento de que em tempo de paz ninguém enriquece, terão decretado um conflito armado. Será? Desta feita com […]

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    • 19:10 | Sexta-feira, 03 de Janeiro de 2020
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    Ao que parece e se ouve, Qasem Soleimani não era santo de altar, mas daí…

    Donald Trump, ou melhor, os seus líderes espirituais (chamar-lhes patrões soaria mal), os homens dos negócios do petróleo e do armamento, no entendimento de que em tempo de paz ninguém enriquece, terão decretado um conflito armado. Será? Desta feita com o Irão a quem acusam de ter responsabilidades no ataque à embaixada dos Estados Unidos em Bagdad.

    Com rockets disparados através de um drone, no aeroporto da capital iraquiana (Bagdad) abateram 8 indivíduos, entre os quais o general Qasem Soleimani, o comandante da unidade de elite iraniana, força Al Qoods, e Abu Mahdi al Muhandis, segundo comandante iraquiano das unidades de mobilização popular.



    Perante os factos, as reacções:

    O ato de terrorismo internacional dos Estados Unidos (…) é extremamente perigoso e uma escalada imprudente”, afirmou Mohammad Javad Zarif,

    Por seu turno, Donald Trump considera que Qasem Soleimani, “já devia ter sido eliminado há muitos anos“.

    O general Qasem Soleimani matou ou feriu gravemente centenas de americanos durante um longo período de tempo, e planeava matar muitos mais… mas foi apanhado! Ele foi directa e indirectamente responsável pela morte de milhões de pessoas, incluindo o recente grande número de manifestantes mortos no próprio Irão”, afirma Trump num dos seus habituais tweets.

    E mais disse:

    Embora o Irão nunca venha a admiti-lo, Soleimani era odiado e temido no seu país. Eles não estão tão tristes quanto os líderes querem fazer parecer ao resto do mundo. Ele já deveria ter sido eliminado há muitos anos!”

    Soleimani desempenhou um importante papel na luta contra as forças radicais, foi uma personagem fundamental para o alargamento da influência iraniana no Médio Oriente, onde reforçou o peso diplomático de Teerão, especialmente no Iraque e na Síria.“, clamam os experts em geoestratégica política internacional.

    O que vem aí agora? Que retaliação irá ser desencadeada ao “Ataque criminoso”, segundo os responsáveis iranianos ?

    O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano disse também através da rede social Twitter que “o assassinato de Soleimani é extremamente perigoso e uma acção imprudente“. Mohammad Javad Zarif acrescentou ainda “que os Estados Unidos vão ser responsáveis pelas consequências.”

    Tirando as oito vítimas mortais, até agora, estamos perante uma guerra travada no Twitter. E depois das palavras?

    Sabemos da apetência USA por conflitos militares. O seu historial é longo e os milhões de vítimas parece nada representarem face aos biliões de dólares ganhos com o negócio da guerra e com as “insondáveis” causas geradoras dos efeitos… a anos-luz do comum dos mortais.

    Nenhum triunfo da paz é tão grandioso como o triunfo supremo da guerra.” Não, esta frase não foi proferida por Sun Tzu que afirmava “Se o inimigo deixa uma porta aberta, precipitemo-nos por ela.”, mas por Teddy Roosevelt que foi presidente dos EUA e até recebeu o Prémio Nobel da Paz…

    Também o seu sucessor na presidência, William Taft não foi de “arcas encoiradas”: “Todo o hemisfério será nosso de facto, como já é nosso moralmente, em virtude da nossa superioridade racial.”

    Aliás, essa “superioridade racial” salta à vista quando olhamos Trump, quando ouvimos Trump, quando vemos Trump agir…

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