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 O CERV nasceu contra natura. O parto foi difícil e as experientes parteiras sucederam-se. Ao nascimento, ansiosos, assistiram os padrastos, os pais, os padrinhos e até os enteados dos padrinhos. Resultou de uma fusão (?) entre o comércio e a indústria da terra, dizem. Para acolher um presidente que iria ficar sem o a que […]

  • 13:02 | Domingo, 01 de Março de 2015
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 O CERV nasceu contra natura. O parto foi difícil e as experientes parteiras sucederam-se. Ao nascimento, ansiosos, assistiram os padrastos, os pais, os padrinhos e até os enteados dos padrinhos.
Resultou de uma fusão (?) entre o comércio e a indústria da terra, dizem. Para acolher um presidente que iria ficar sem o a que presidir, acrescentam.
Os estatutos têm destas bizarrias. Cláusulas que impedem a perpetuação nos lugares. Há sempre a hipótese de rodar como nos carrocéis, mas nunca é a mesma coisa, ser um presidente da direcção ou uma rainha de Inglaterra de uma assembleia geral.
Certo é que o 20-20 está aí. A última oportunidade em matéria de fundos comunitários. Deveria ser 14-20 mas atrasou-se e será, agora 15-20…
O CERV quer ser gestor dos fundos comunitários.
Leonardo Mathias, o secretário de Estado Adjunto e da Economia até recebeu em audiência uma luzida procissão de três membros como uma troika. Até veio a Viseu a convite para emparceirar com os embaixadores e ver quão bons, importantes e relevantes eles eram. Depois, saíram entrevistas e croniquetas detalhadas sobre o evento. E até um jornal local se apreceituou a entrevistar o patrão/embaixador de ocasião com cirúrgica precisão.
Uma Associação de Desenvolvimento Regional, dotada do “know-how” para o efeito, parece que e de repente, depois de se enriquecer com reformados do IPV, abriu mão de parte dessa capacidade de gestão. As autarquias associadas comem e calam a ver se ainda abocam as migalhas.
E agora, numa maratona de adequação estatutária, a cereja em cima do bolo é colocada com outra simpática tríade na conferência organizada pelo CERV, pelo JC e no IPV que têm em comum, o presidente da direcção, o sócio gerente com 40% e o presidente do conselho-geral (ufa!). O tema é profícuo e apelativo “Desenvolvimento, Políticas Públicas e Práticas Empresariais” e abre com um afinado quarteto: João Cota, Fernando Sebastião, José Morgado e António Almeida Henriques. E fecha, supõe-se, com Poiares Maduro, o do Desenvolvimento Regional.
Vem ver quão bons, importantes e relevantes eles são.
E a AIRV, no meio disto tudo, vai fechar as portas? Estará moribunda? No plantel não se vislumbra o nome do seu actual presidente, Carlos Marta, só do cessante, João Cota… Terá sido esquecimento ou falta de agenda? Até mesmo o protocolo que tinha com o JC passou para o CERV… quando o presidente da direcção da AIRV passou para presidente do CERV e sócio-gerente do JC (ufa! ufa!).
Esta história é engraçada. Os fundos comunitários são a forma, o meio e o modo de sobrevivência previsível para algumas empresas, empresários, autarcas e agentes culturais. Gerir a “massinha” é importante, dá muito trabalho e só um enorme espírito de missão e sacrifício poderia congregar tantos e tais actantes neste sublime e salvífico empreendimento.
Aqui, caros leitores, qualquer coincidência é tão-somente… uma mera coincidência. Mas lá que há coisas estranhas, isso há. É como as bruxas… E elas “andem” por aí, “andem, andem”.
Quanto a possível cupidez, há-de ser apenas um mero desejo de Cupido, esse mesmo, o anjinho travesso e brincalhão que manda umas frechadas aos namorados de ocasião…
Quanto ao elencado é só questão de estarmos atentos e seguirmos os próximos episódios do folhetim…
 
(foto DR)
 
 
 

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Publicado em Editorial