A salsa(da) Espanhola

  À Espanha já lhe bastava ter os autonomistas da Catalunha, da Galiza, do País Basco e da Andaluzia. Agora tem um cenário político com esta votação eleitoral: PP – 123; PSOED – 90 ; Podemos (soma) – 69; C’S’ (Ciudadanos) – 40; ERC-CATSI – 9; DL – 8; EAJ-PNV – 6; Unidad Popular – […]

  • 10:21 | Segunda-feira, 21 de Dezembro de 2015
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À Espanha já lhe bastava ter os autonomistas da Catalunha, da Galiza, do País Basco e da Andaluzia. Agora tem um cenário político com esta votação eleitoral:
PP – 123; PSOED – 90 ; Podemos (soma) – 69; C’S’ (Ciudadanos) – 40; ERC-CATSI – 9; DL – 8; EAJ-PNV – 6; Unidad Popular – 2; EH Bildu – 2; CCa-PNC – 1.
Rajóy e a sua política de direita foi um vencedor muito penalizado com o pior resultado desde 1989. Mas a Espanha também não acreditou no PSOE de Sánchez que teve o pior resultado desde 1974. Ou seja, os espanhóis estão cansados dos maus resultados governativos e dos sucessivos escândalos políticos dos populares e dos socialistas, que têm sido a bipolar alternância governativa desde a instauração da democracia no país vizinho.
Pablo Iglesias, com os 20% dos votos do Podemos (somados o En Comú da Catalunha, o En Mareas da Galiza e o Compromis da Comunidade Valenciana) é o líder do momento à frente da nova força alternativa mais emergente com 5 milhões de votos obtidos.
Os Ciudadanos de Alberto Rivera (centristas) obtiveram 3,5 milhões de votos, mas Rivera alertou que só faria coligações se fosse primeiro-ministro. Evidentemente que estas afirmações valem apenas no dia em que são proferidas. A não ser assim, os Populares estão em muitos maus lençóis…
Por seu turno, qualquer coligação do PSOE com o Podemos obrigará às regras impostas por Iglesias que determinam a “blindagem dos direitos sociais na constituição”, ele que se centrou manifestamente nos direitos à saúde pública, à educação, à habitação e a uma Espanha “plurinacional”.
Rajóy e Sánchez foram ultrapassados e serão aquilo que as novas forças políticas impuserem nas agendas limitadas das coligações possíveis.
Inscritos para votar estavam 36,5 milhões de eleitores e a abstenção aproximpou-se dos 10 milhões, ainda assim baixou relativamente a 2011.
Dentro do PP há correntes a exigir a sucessão de Rajóy enquanto no PSOE surge a esperança de uma coligação que permita governar. Mas com quem será essa coligação? Sánchez trairá sua matriz e alia-se ao seu arqui-adversário Rajóy, ou mantem-se a ela fiel virando-se para os partidos de esquerda?
Para já, nesta época da mutabilidade onde as certezas há decénios vigentes estão todas postas em causa, a Ibéria deu um sinal à Europa… Será que o PSOE o entende?
 
 

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Publicado em Editorial