A rataria do barco a naufragar…

    O nosso estimado amigo e colaborador Norberto Pires tem dois problemas muito graves: Tem uma notável inteligência; Pensa de acordo com os seus conhecimentos técnico-científicos (e são muitos!) e com os seus princípios ético-morais. Logo, não reuniu condições para ocupar um alto lugar na administração pública nacional. Porquê? Porque o anterior governo tinha […]

  • 10:38 | Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2015
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O nosso estimado amigo e colaborador Norberto Pires tem dois problemas muito graves:
Tem uma notável inteligência;
Pensa de acordo com os seus conhecimentos técnico-científicos (e são muitos!) e com os seus princípios ético-morais.
Logo, não reuniu condições para ocupar um alto lugar na administração pública nacional. Porquê? Porque o anterior governo tinha uma extravagante e pragmática mania de colocar em lugares decisórios os seus “homens de mão” para actuarem ao som do “apito”.
O pior foi terem cumulado de cosmético cinismo a coisa com a criação da designada CRESAP, Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública, que conferia à maioria dos concursos para lugares dirigentes uma envernizada aparência de seriedade quando e efectivamente, após o “rigor” da escolha, a tutela escolhia baseada em critérios partidários e de “segura” certeza na aposta feita.
O célebre professor Bilhim, chefe do organismo vem dizê-lo aqui:
No caso concreto de Norberto Pires, a primeira colisão deu-se em tempos do secretário de Estado Almeida Henriques, político mais apoucado de ideias que ancho de convencimento.
Nomeado presidente da CCDRC acabou por sair ao fim de pouco mais de seis meses. Porquê? Porque pensava por sua cabeça e com acerto.
Mais tarde, com a reabertura desse concurso, em 2013, Norberto Pires apresenta-se, é seleccionado nos três finais e Poiares Maduro, no momento decisivo, optou por Ana Abrunhosa.
Em 2015, Norberto Pires concorre ao cargo de presidente da Agência de Desenvolvimento e Coesão. A rábula repetiu-se mas, desta vez, com mais despudor pois inquinada com as trapalhadas curriculares do “escolhido”.
Agora, o professor Bilhim, um pouco tardia e convenientemente, convenhamos, vem a público reconhecer que “muitas vezes ficou incomodado com as escolhas do Governo…”
Porque não o disse antes? Para preservar o lugar? Quem cala consente. Ou não?
No fundo, o que daqui se pode conjecturalmente depreender é que terão sido cometidas fraudes na colocação de altos dirigentes da administração e que nunca a meritocracia terá estado nos horizontes deste Governo e antes pelo contrário, estaria uma cínica falsidade com requintes de vileza.
Imagine-se o leitor na pele de um dos preteridos. Ou que tal sucedeu a um filho ou filha sua. Gostava?
E agora, professor Bilhim? Após a pública e tácita confissão/aceitação destas “irregularidades” que espera para deixar de imediato o lugar que lhe foi confiado? E já agora porque não o faz referindo toda a verdade das colocações que lhe foram impostas?

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Publicado em Editorial