A política é um "bem-bom"…

  Dizia-nos um amigo: “A política é um pântano!” acreditamos que sim, no sentido de atoleiro, terreno coberto de água estagnada ou, em sentido figurado, vida com dificuldades. Nela, política, nele, atoleiro, vivem então os políticos. Atolados, estagnados, numa vida com dificuldades. Dificuldades, sim, mas fora da política, esse “bem-bom” onde, por sua vez, o atolar […]

  • 10:36 | Domingo, 20 de Julho de 2014
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Dizia-nos um amigo: “A política é um pântano!” acreditamos que sim, no sentido de atoleiro, terreno coberto de água estagnada ou, em sentido figurado, vida com dificuldades. Nela, política, nele, atoleiro, vivem então os políticos. Atolados, estagnados, numa vida com dificuldades. Dificuldades, sim, mas fora da política, esse “bem-bom” onde, por sua vez, o atolar é gostoso…

É que de facto, há gente que no percurso da sua vida inteira com algumas décadas de existência, nunca fez nada fora da política. Sempre trazidos ao colo, nomeados para isto ou para aquilo, quando e se vão a votos, segundo as regras democráticas, nada alcançam de substantivo deixando perceber, sem equívocos, que são uns zeros. Nesse auto-entendimento, paradoxalmente, cientes da sua mediocridade encostam àquele que devia ser um dos mais nobres actos do cidadão da polis, a cidadania activa e por espírito de missão. E fazem da política o tal atoleiro, charco estagnado onde chafurdam a sua existência. Com eles, a política, perdido o tempo dos grandes Senhores: Adriano Moreira, Mário Soares, Salgado Zenha, Maria de Lurdes Pintassilgo, Sá Carneiro, Álvaro Cunhal et all, ficou nas mãos de “gentinha” convulsa em torno da pia da lavagem. As excepções confirmam a regra.


Qualquer capital de distrito, tem dessa gente. Gente que anda por aí a encostar-se mais ou menos discretamente à política para obter mais-valias negociais/empresariais, sempre com a bandeira do missionarismo erguida e felizmente a começar de denunciar as garras, as fauces e a avidez/cupidez, e gente que nunca, nunca provou ser capaz de fazer o que quer que fosse profissionalmente em lado algum, só alcançando destaque e evidência através dos cargos a que desde sempre viveu encostada e à sombra.

Ambos são os cancros da política. O descrédito da política. Aqueles que dela fizeram um charco estagnado de oportunistas, hipócritas, incompetentes. Por isso, as sondagens mostram a negatividade com que os portugueses os avaliam. Porém, estes cancros são os frutos malévolos, maninhos e manhosos do sistema democrático. A partidarite que eles instituíram são as suas metástases. É o que há… Mas, em boa verdade, ainda não se descobriu alternativa a esta partidarite. Cada ano que passa mais oportunistas se colam à sua peugada e é na sua sombra que entretecem suas teias. Aracnídeos laboriosos, sem dúvida, a viver das armadilhas que constroem.

 

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Publicado em Editorial