A EDP é uma entidade séria…

  … mas além de o ser, também o devia parecer. O que, na minha opinião, pode não acontecer com a regular exemplaridade que lhe é exigível.   Habituado aos débitos em conta de 118 € foi com estranheza que no dia 5 de Março constato um saque de 224, 82 € por parte da EDP. […]

  • 10:13 | Sexta-feira, 06 de Março de 2015
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… mas além de o ser, também o devia parecer. O que, na minha opinião, pode não acontecer com a regular exemplaridade que lhe é exigível.
 
Habituado aos débitos em conta de 118 € foi com estranheza que no dia 5 de Março constato um saque de 224, 82 € por parte da EDP.
Fim do dia, Loja do Cidadão, a habitual perda de tempo até ser atendido por uma solícita funcionária cujo nome retivemos mas omitimos.
O contrato não aparecia. A factura não havia sido recebida no domicílio, talvez por culpa dos CTT, esclareceu. Uma 2ª via para se constatar que a última leitura fora feita em 29 de Outubro de 2014 (4 meses e 8 dias) e que a leitura de 11 de Fevereiro de 2015 era aleatoriamente estimada.
“Não traz a leitura consigo?”, indagou.
“Não sou funcionário da EDP”, respondi e perguntei: “O V. funcionário não faz a leitura mensalmente?”
“Nem pensar! Não temos funcionários para isso. O cliente pode fazer a leitura e comunicá-la…”
Na 2ª página da 2ª via e em função da referida leitura aleatória e na rubrica “Acordo Conta Certa” (para quem?), referia que as próximas mensalidades seriam de 130 €.
Entretanto, e como a funcionária farta de repetir que estava ali para me esclarecer, não conseguia fazê-lo, apesar de e até falarmos a mesma língua – o português, disciplina da qual fui professor quase quatro décadas, e por já ser tarde e próximo do fecho da Loja (19H30) desisti – por ora – de requerer o livro de reclamações, também pelo convencimento de que as entidades reguladoras são uma espécie de Duquesas de Yorkshire, figuras decorativas mas sem grande eficácia…
Em casa, apreciando a factura que não chegou pelo correio como devia, fui vendo a Contribuição Audiovisual (?) que ainda é passível de uma contribuição cumulativa, o IVA, a 6%. Imposto sobre imposto… fui percebendo que paguei de “encargos relativos ao Acesso às Redes” 695,80 €; que os “custos de interesse económico geral (CIEG)” correspondem a 407,57 €; que pago uma Taxa Exploração DGEG; um Imposto Especial Consumo Electricidade; um IE Consumo Electricidade e, cereja em cima do bolo, IVA a 23% sobre o montante global. Enfim, um total facturado de 1.522,82 € numa casa onde moram 2 pessoas, parte do dia ausentes,  e 1 cão (que nada consome para além da ração e dos comprimidos para a artrose).
É assim que as “coisas” funcionam na EDP ou terei sido, não a regra, mas a excepção?
Este modus faciendi será o mais transparente?
Estará na altura de encontrarmos no mercado alternativas à EDP no fornecimento de energia?
Os milhões de lucro apurados e pagos pelos portugueses não determinariam um modus operandi mais técnica e inequivocamente claro?
Percebe-se pelo apontado e factualmente documentado que a energia eléctrica é hoje, com as tarifas praticadas, um luxo ao alcance de poucas bolsas. E percebe-se também o destino de muitos idosos, com reformas reduzidas, a não sobreviverem aos rigores invernais, como invocou o ministro da Saúde para justificar o excesso de mortalidade: “O Inverno está a ser muito rigoroso.”
Nós acrescentamos: E a maioria dos idosos portugueses não tem sequer dinheiro para pagar o mero aquecimento…
 

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