A dialéctica da força e o ódio do poder

Quando se perde a capacidade de dialogar instala-se um silêncio tão fortemente ensurdecedor que oprime e subentende o som violento do conflito. Este governo há muito perdeu a legitimidade conferida pelo sufrágio democrático, porque foi eleito na boa-fé do que se revelou uma imensa falácia. A mentira não é eterna na sua sustentação, pois carece […]

  • 10:26 | Sexta-feira, 07 de Março de 2014
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Quando se perde a capacidade de dialogar instala-se um silêncio tão fortemente ensurdecedor que oprime e subentende o som violento do conflito.
Este governo há muito perdeu a legitimidade conferida pelo sufrágio democrático, porque foi eleito na boa-fé do que se revelou uma imensa falácia. A mentira não é eterna na sua sustentação, pois carece do esteio do fundamento e da razão que a mantém …
O dia 6 pôs irmãos de território, nascimento e profissão em confronto às portas da Assembleia da República, lugar simbólico da democracia “vigente”, onde os eleitos crêem representar a Nação que os elegeu.
Quando esta morada da democracia tem que se defender com barreiras em ferro e sucessivas alas de homens armados, escudados, “encapacetados” e de bastões em punho, algo está podre e a agonizar.
É o estertor de um governo que, como no Chile ou na Somália, se sustenta, apoia e permanece amparado em corpos de intervenção e forças de repressão.
Quando a democracia precisa de recorrer à intimidação das armas para se defender e ofender, já perdeu o Povo e se tornou autocracia, forma singular de despotismo, tirania ou de governo ao serviço duma minoria.
Há na didáctica uma arte – a de ensinar. E a História é didáctica. Pena é haver quem dela se alimente ao invés de com ela aprender. São os seus canibais…
 

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Publicado em Editorial