A caridadezinha para o retrato

  Fernando Figueiredo publicou no “Viseu Senhora da Beira” um texto contundente sobre o executivo camarário viseense e seu modo mediático de dar a quem precisa. Ler aqui… Achamos louvável o papel social da autarquia – perante um Estado impiedoso e descuidado – na ajuda aos carenciados, nomeadamente os mais idosos, com habitações degradadas, ínfimas […]

  • 11:22 | Terça-feira, 07 de Abril de 2015
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Fernando Figueiredo publicou no “Viseu Senhora da Beira” um texto contundente sobre o executivo camarário viseense e seu modo mediático de dar a quem precisa.
Ler aqui…
Achamos louvável o papel social da autarquia – perante um Estado impiedoso e descuidado – na ajuda aos carenciados, nomeadamente os mais idosos, com habitações degradadas, ínfimas reformas, maleitas várias, muita solidão…
Há idosos a morrer sem terem a quem pedir ajuda, a quem recorrer, muitas vezes perante a insensibilidade e a ignorância dos serviços da Segurança Social, nem sempre capacitados para exequibilizar respostas para todos quantos delas precisam. A mais das vezes tendo-as politicamente direccionadas.
Por isso, é louvável que ainda existam instituições, como por exemplo a Igreja Católica, a Cáritas, certas autarquias, etc., que de forma “invisível”, numa discrição assente na grandeza do dar, o façam apenas e só para minimizar o sofrimento, a necessidade, a indigência, a pobreza de muitos.
Almeida Henriques gosta de dar. Bem sabemos que dá o que não é dele. Mas fazê-lo, ainda por cima à frente das máquinas fotográficas e de filmar é de uma abjecta intenção tão meramente demagógico-populista-eleitoralista, que acaba por sair todo “borrado” do retrato.
Quem dá para ser visto a dar, adultera toda a essência do acto, pois ignora o princípio que é o do amor pelo próximo e o seu afecto pelos desprotegidos do destino e da fortuna, mais os estigmatizando e marginalizando, do que os incluindo numa sociedade tão egoísta, tão sem valores, tão capaz de todas as vilanias.
Esta imperiosa necessidade de “holofotizar” o que faz e até o que não faz, tornando-se tipificada ou comportamento padrão, não pode ser uma postura normal, degenerando em disfunção. Logo, foro de domínios mais profundamente complexos.

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Publicado em Editorial