A 1ª água da cultura?

  “Viseu é de 1ª água” –» está escrito em dezenas de outdoors pagos a preço de ouro por toda a nossa cidade. Independentemente de acharmos esta campanha publicitária – que se pretende profícua e esclarecedora – ambígua e suficientemente equívoca para querer significar muita coisa (há gente que ainda não sabe aqui qual o […]

  • 14:45 | Domingo, 23 de Março de 2014
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“Viseu é de 1ª água” –» está escrito em dezenas de outdoors pagos a preço de ouro por toda a nossa cidade.
Independentemente de acharmos esta campanha publicitária – que se pretende profícua e esclarecedora – ambígua e suficientemente equívoca para querer significar muita coisa (há gente que ainda não sabe aqui qual o valor metafórico da mensagem), achamos que não faz jus à cidade até e porque Viseu merecia melhor e esta comparação infeliz, de um concelho que tem a 5ª água do distrito em qualidade, é um total fracasso.
O meu “amigo” S. Francisco, da muralha da Porta dos Cavaleiros sita à Rua do Adro, também consome água, mesmo sendo de pedra e não tendo sede. Só porcaria.
A foto de hoje não permite ver se é da tal água. Farei a próxima com uma lente 70-300 para elucidação autárquica.
O respeito pelo Património cultural viseense também se evidencia ali. Este caso, nos contornos que já possui, torna-se além de uma anedota, uma teimosia bizarra da autarquia, além da possível imagem da incúria e negligência que passa para o exterior.
Um turista que chegue a Viseu e que veja tal imundície o que pensará?
Se for um turista esclarecido à procura do lugar onde decorreu o “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco, que congeminará? 
Que o pobre do S. Francisco, decepado da mão esquerda, com o nicho feito pombal, todo “borrado” de cima a baixo, com um esqueleto de pomba sobre a cabeça de animal que lhe jaz aos pés, um lampião arrombado e fundido ao lado (ainda bem, que assim não se vê de noite!) e uma garrafa de litro e meio ao canto, é o ex-libris da cultura camarária?
Com tanta água nos cartazes não arranjarão a suficiente para lavar o orago?
Que Deus lhes perdoe, que o S. Francisco só o fará com ordens vindas de cima…
Voltamos para a semana.
 

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Publicado em Editorial