1063 formandos para 9 aeródromos? Está assegurada mão-de-obra especializada até 2014!

  Ontem, em conversa com um ex-autarca do distrito de Vila Real, ouvi que a sua câmara tinha dois funcionários com formação profissional, ao abrigo do Programa Foral (2002/2004) para técnicos de aeródromo. Era secretário de Estado da Administração Local Miguel Relvas. A empresa formadora seria a Tecnoforma. Havia 1,2 milhões de euros para formar […]

  • 12:12 | Segunda-feira, 29 de Setembro de 2014
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Ontem, em conversa com um ex-autarca do distrito de Vila Real, ouvi que a sua câmara tinha dois funcionários com formação profissional, ao abrigo do Programa Foral (2002/2004) para técnicos de aeródromo. Era secretário de Estado da Administração Local Miguel Relvas. A empresa formadora seria a Tecnoforma. Havia 1,2 milhões de euros para formar adequadamente 1.063 funcionários para trabalharem em nove aeródromos. Ou seja, em média, 118 funcionários para cada aeródromo. Quer dizer, 11.288,88€ por técnico.
Se apenas existiam nove aeródromos, que em média teriam nessas funções 1 a 2 técnicos, ficou o futuro assegurado nesse sector para os próximos 100 anos. O problema é que os “formados” se foram aposentando e, alguns até, contrariados estamos certos, se foram finando. É pena. Tinham futuro aí para o ano 2104, quando a ficção científica se tornar realidade.
 
Entretanto, alguém ligado a um banco polémico assegurava: “O meu ex-patrão sabe muito acerca de muita gente. Quando ele começar a falar, o país fica em alvoroço.” Não faço a mínima ideia a quem se referiria. Andam por aí tantos ex-banqueiros despojados de carteira para o exercício da profissão, mas com uma memória mais cheia que o Forte Knox…
 
Estranho mesmo é aquela história da ONG, creio que chamada CPPC, e da Tecnoforma manterem uma empresa na ilha de Jersey, uma companhia offshore que recebia milhões de Angola. Segundo Luís Brito, um “chefão”, a companhia chamava-se Form Overseas Limited e parte do dinheiro recebido era oriundo da Cabinda Oil Gulf, da Chevron… Será que também lhes formavam técnicos de aeródromos?
Este assunto é muito confuso. Mas, decerto que só para mim. Tudo terá uma explicação plausível até e porque estamos certos que das boas relações com Angola só vêm bons negócios. Eles não nos compram os bancos quase todos? Mesmo aqueles que ninguém quer, que custaram milhares de milhões aos contribuintes portuguess e que são “despachados” overseas por dez réis de mel coado?
E o dia não acabou assim… ainda se discutiu a política de “acarinhmento” por parte deste governo às instituições de ensino superior privado. Crato, o ministro que alguns chamam de incompetente — vá-se lá saber porquê? — está a esvaziar os institutos politécnicos do interior em detrimento dos subsistemas de ensino superior privado.
Mas não tem sido essa a política do governo? Esvaziar o público para deitar no regaço do privado? Que Deus nos ajude! Se “isto” não muda depressa, Portugal, nesta política estranhíssima de dar “negócios” a alguns “negociantes”, não tarda a aniquilar todos os serviços públicos ainda existentes…
 
Quanto ao outro assunto na ordem do dia, a Comissão Eleitoral das Eleições Primárias disponibiliza no link infra os resultados nacionais de 28 de Setembro…

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