10% para Coelho&Portas

    “O património está de tal modo concentrado que uma boa parte da sociedade praticamente ignora a sua existência, imaginando por vezes que está na posse de seres irreais e entidades misteriosas…” “O Capital no século XXI“, Piketty, T., Círculo Leitores, 2014     O século XX trouxe alguma riqueza à classe média constituída […]

  • 22:35 | Sábado, 15 de Agosto de 2015
  • Ler em 2 minutos

 
 
“O património está de tal modo concentrado que uma boa parte da sociedade praticamente ignora a sua existência, imaginando por vezes que está na posse de seres irreais e entidades misteriosas…”
O Capital no século XXI“, Piketty, T., Círculo Leitores, 2014
 
 
O século XX trouxe alguma riqueza à classe média constituída por 40% da população, contra 50% da classe pobre e 10% da classe rica (números globais europeus).
Em Portugal, no último meio decénio, a classe média empobreceu brutalmente e quase desapareceu, a classe pobre ficou muito mais pobre e privada de benefícios sociais e os 10% dos ricos desmesurou suas fortunas. Não obstante, tal sucedeu também e concomitantemente, com um aumento estarrecedor de impostos, com principal incidência sobre os rendimentos da classe média.
Impostos que têm a sua razão, essência e fundamento no esbatimento das assimetrias sócio/económicas.
Aqui está o grande sucesso do governo Coelho/Portas, os “xus-xus” de 10% da população portuguesa.
Obviamente, aqueles 10% que têm a obrigação e o dever de votar neles.
Bom, escrevi este texto de tarde, no Fb. Depois de ler por aqui e por ali e, essencialmente, após ruminação lenta do guru Piketty.
De seguida, on line, leio uma notícia no “Economia ao Minuto” com o título: “Salários perderam 7,6 mil milhões. Capital ganhou 2,5 mil milhões”, onde e entre outras afirmações se pode ler:
A chegada da troika e do programa de ajustamento tirou largos milhões aos salários dos trabalhadores portugueses. Por outro lado, os rendimentos das empresas aumentaram.”
Se as empresas são geradoras de riqueza, esta ,enquanto benefício unilateralmente dirigido e gerada pelo depauperamento crescente e gradual da classe trabalhadora, torna-se uma cínica e vil exploração do ser humano sem explicação plausível nem justificação coerente.
Pior é quando o governo funciona como alavanca deste estado de coisas ou melhor, deste despudorado estado de sítio…
À custa da diminuição dos salários dos portugueses em 2,7% o rendimento do capital cresce 2,5 mil milhões de euros. E como é que se gera, ou melhor, o governo gerou este decréscimo salarial dos trabalhadores? Responde o professor do ISCTE, Sandro Mendonça:
pelas falências empresariais, o desemprego e, em cima disto, as reformas liberalizantes das leis do trabalho…
Mas afinal o que é que “nós” ainda não entendemos? Apre!
 
 

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Editorial