Neste corrente mês, dois presidentes da república a braços com a Justiça foram condenados ao cumprimento de penas de prisão efectivas.
Jair Bolsonaro, o antecessor de Lula da Silva – que também esteve preso – foi condenado pelo STF do Brasil a uma pena de prisão efectiva de 27 anos e três meses.
Esta semana, o antigo presidente da república francesa entre 2007 e 2012, Nicolas Sarkozy, foi condenado pelo Tribunal Correcional de Paris a cinco anos de prisão, entre outras acusações, por financiamento ilegal da sua campanha presidencial por parte do antigo líder líbio Mouammar Kadhafi, que foi deposto em 2011 e assassinado pelas forças revoltosas.
Sarkozy, advogado de profissão, foi também ministro do Interior, ministro das Finanças e ministro do Orçamento, passando por diversos governos de Chirac, Raffarin, Villepin e Balladour.
Tal constatação deve servir de alerta para todos aqueles que prevaricam e se julgam imunes e impunes pelos seus actos.
Ademais, dá-nos esperança de perceber que actuais líderes políticos inquestionavelmente poderosos, no término do seu mandato, poderão vir a ser julgados e condenados como qualquer cidadão comum.
E é essa esperança, por mais ténue que seja, que nos dá alento e paciência para antever atrás das grades aqueles que, autocrática e despoticamente, apoiados pelas forças policiais repressivas, serão um dia por esses mesmos esbirros detidos, pelos tribunais julgados e nas prisões que mandaram construir encarcerados.
(Foto DR)