Tecnologias para a valorização e defesa da floresta

O rePLANT resultou numa nova alfaia de mobilização parcial do solo, a Alfaia Riper Grade (ARG) que, além de combinar diversas operações em simultâneo, integra tecnologias digitais que a tornam mais versátil e robusta na realização dos trabalhos florestais, reduzindo os seus custos e o impacto ambiental, melhorando as condições de desenvolvimento das plantas.

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  • 20:07 | Quinta-feira, 23 de Março de 2023
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Os novos produtos, processos, serviços e tecnologias criados em prol da valorização da floresta portuguesa pelo projeto colaborativo rePLANT serão apresentados no dia 23 de março, na Mata do Braçal, na Lousã. Com foco na inovação para o setor florestal, a ação de demonstração irá desvendar o resultado de quase três anos de trabalho de 20 entidades na implantação de estratégias para a gestão integrada da floresta e do fogo.

“Dedicámos os últimos três anos ao futuro da floresta e encontrámos soluções que contribuem para o seu desenvolvimento sustentável e para a atividade do setor. Estes são resultado do melhor conhecimento técnico-científico de entidades empresariais e não empresariais que trabalharam em demonstrações altamente tecnológicas, no âmbito das linhas de atuação do projeto” explica Carlos Fonseca, Diretor Científico e Tecnológico do CoLAB ForestWISE, que coordena o projeto com a The Navigator Company. “Esta é a primeira de várias ações que vão decorrer ao longo do ano e que pretendem mostrar os resultados conseguidos pelo projeto mobilizador rePLANT que terá impacto positivo em toda a cadeia, nomeadamente nos prestadores de serviços e nos produtores florestais”, acrescenta.

O rePLANT resultou numa nova alfaia de mobilização parcial do solo, a Alfaia Riper Grade (ARG) que, além de combinar diversas operações em simultâneo, integra tecnologias digitais que a tornam mais versátil e robusta na realização dos trabalhos florestais, reduzindo os seus custos e o impacto ambiental, melhorando as condições de desenvolvimento das plantas. O potencial da incorporação de ferramentas digitais neste tipo de alfaia, nomeadamente sensores LiDAR, que permitem a partilha de informação em tempo real, tais como a performance da máquina e a dosagem automática de adubo, consoante as características do solo serão igualmente apresentados nesta ação

Vão também ser apresentados os resultados dos ensaios de diferentes espécies e proveniências de pinheiro utilizados em programas de melhoramento noutros países, como Austrália, Portugal, França e Espanha, mais produtivas e resistentes às alterações climáticas, relevantes para aumentar a rentabilidade dos produtores florestais e, consequentemente, a aposta nesta espécie.


Foram ainda testadas aplicações de smartphone para medição de pilhas de madeira e inventário florestal e tecnologias acessíveis a todos, que permitem, de uma forma fácil, rápida e menos dispendiosa, recolher dados importantes, por exemplo, para a compra de madeira e para a gestão e planeamento adequados da propriedade florestal.

 

Projeto conta com mais de 70 investigadores e técnicos especializados

Com um investimento de 5,6 milhões de euros, apoiado pelo Compete/Portugal 2020, através dos programas POCI e Lisboa 2020, o rePLANT irá ter um impacto em todo o ecossistema produtivo e empresarial do setor e melhorar a segurança das populações que vivem em espaços florestais, os sistemas de prevenção e combate aos incêndios, reduzir as ameaças à biodiversidade, aumentar a resiliência da floresta e das infraestruturas e a competitividade do setor.

O rePLANT junta 20 entidades: o ForestWISE, a The Navigator Company, a REN, a Sonae Arauco, a Altri Florestal, a Amorim Florestal, a DS Smith, a EDP Distribuição, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, a Universidade de Coimbra, o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, a Whereness, a EDP Labelec, a Trigger Systems, a Frazivel, a Tesselo, a Florecha, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária I.P., a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O projeto colaborativo está estruturado em três grandes áreas de atuação – a primeira, dedicada à Gestão da Floresta e do Fogo (liderada pela Sonae Arauco e pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa); a segunda, sobre Gestão do Risco (sob coordenação da REN – Redes Energéticas Nacionais e da Universidade de Coimbra); e um terceiro pilar, sobre Economia Circular e Cadeias de Valor (sob gestão da The Navigator Company e do ForestWISE).

 

 

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