O lixo que ninguém quer

O CITRI recebeu 2 milhões de quilos de lixo vindo de Itália que, após análise, revelaram “níveis inaceitáveis de carbono orgânico dissolvido”.

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  • 16:29 | Domingo, 16 de Fevereiro de 2020
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O CITRI é uma sociedade anónima sediada no Parque Industrial Sapec Bay em Setúbal, que tem no seu CAE “Tratamento e eliminação de resíduos não perigosos”, “Valorização de resíduos não metálicos” e “Valorização de resíduos metálicos”. Ou seja, uma empresa centrada na eliminação e valorização pela reciclagem, que são áreas económicas altamente positivas para a sustentabilidade ambiental. Será do Grupo SAPEC e do Grupo Tecmed.

No seu site refere: “O CITRI é um importante elemento de apoio às indústrias e actividades que não têm possibilidade de tratar os resíduos que produzem e que são colocados em pontos inadequados, contribuindo para o aumento da Poluição e a degradação do ambiente.”

Os seus principais clientes são “operadores de resíduos”. Segundo o Directório do Ambiente o seu volume de negócios é de 4,4 milhões de euros.


O CITRI recebeu 2 milhões de quilos de lixo vindo de Itália que, após análise, revelaram “níveis inaceitáveis de carbono orgânico dissolvido”.

A RTP noticiou este negócio no montante superior a 1 milhão de euros. Segundo a mesma, a empresa portuguesa que importou o lixo italiano pertence ao ex-secretário de Estado do Ambiente do PSD, do tempo do primeiro-ministro Passos Coelho, Pedro Afonso de Paulo, o qual já em 2017/2018 se viu envolvido em polémicas ambientais.

A Inspecção-Geral do Ambiente, após os testes, deu prazo de 5 dias à empresa CITRI para “apresentar análises alternativas”. Até lá o lixo ficará em quarentena.

Aliás, “QUARENTENA” é um vocábulo que começa a ter grande importância na vida humana actual, pois por todo o mundo, o surgimento de fenómenos virais em consequência de atentados ambientais e más práticas contra a natureza, fauna e flora, obrigam o homem, cada vez mais, a criar situações de isolamento, apartamento, separação, para apuramento do grau de perigosidade das coisas ou pessoas nesse estado postas e que são possíveis ameaças sociais.

Será esta uma situação única ou apenas a “ponta do iceberg”, fazendo de Portugal um aterro acolhedor para os detritos que ninguém em parte alguma quer?

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