João Pedro Barreto, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e investigador do Instituto de Sistemas e Robótica, é o novo codiretor do Programa MIT Portugal, uma parceria estratégica internacional que junta universidades, centros de investigação, empresas, associações e o Governo português ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos EUA.
Nesta etapa, o programa – que, desde o seu lançamento, já resultou em dezenas de novas empresas e patentes e em algumas centenas de diplomados – pretende focar-se em quatro grandes objetivos: reforçar a capacidade de inovação e competitividade do país, promover ciência de ponta alinhada com as prioridades nacionais e europeias, formar uma nova geração de líderes científicos e empreendedores, e transformar inovação em tecnologias avançadas em soluções de mercado globais.
Os novos codiretores do MIT Portugal – que sucedem no cargo a Pedro Arezes (recentemente eleito Reitor da UMinnho) – querem dar continuidade ao legado da iniciativa, que tem impulsionado o sistema científico e tecnológico nacional e sido um motor de criação de valor para a economia.
João Pedro Barreto destaca a importância da missão do MIT Portugal. “Sei, por experiência, que este tipo de programas pode ser profundamente transformador e ajudar-nos a revelar o melhor de nós, sejamos estudantes, cientistas, empreendedores ou empresários; no fim, é essa melhor versão que nos permitirá contribuir para um país mais próspero e justo”, afirma o docente da FCTUC, que fundou uma start-up tecnológica de base universitária (Perceive3D), na sequência de uma iniciativa de empreendedorismo do MIT Portugal.
“O MIT Portugal tem tido um grande impacto nos jovens que, como eu, prosseguiram estudos de pós-graduação nesta parceria internacional e que hoje ocupam posições de destaque nas suas carreiras profissionais. O Programa também teve um impacto significativo no corpo docente e nos investigadores portugueses, ao promover e estimular projetos colaborativos dos dois lados do Atlântico”, sublinha Alexandre Ferreira da Silva.
Notas biográficas
Alexandre Ferreira da Silva foi coordenador executivo do MIT Portugal em 2018-21 e liderou o projeto “Prometheus”, do Programa CMU Portugal, que lançou o primeiro PocketQube português e primeiro satélite da UMinho no espaço. É professor do Departamento de Eletrónica Industrial da UMinho, instrutor convidado da Universidade Espacial Internacional (ISU) e investigador do Centro de Microssistemas Eletromecânicos. Fez a licenciatura e o mestrado em Engenharia Biomédica e, também pela UMinho, o doutoramento em Líderes para as Indústrias Tecnológicas no âmbito do MIT Portugal. Realizou cursos avançados em Estudos Espaciais e em CubeSat pela ISU, além de pesquisa na Universidade Técnica de Aachen (Alemanha) e no MIT. Afirma-se na ligação academia-indústria nas áreas de engenharia aeroespacial, instrumentação eletrónica e microssistemas.
João Pedro Barreto é professor de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores na UC, além de diretor de I&D e technical fellow numa empresa de Dispositivos Médicos, líder global de medicina desportiva e reconstrução ortopédica. Reconhecido em visão computacional 3D, tem mais de uma centena de publicações científicas, de vinte patentes internacionais e diversos prémios, como o Google Faculty Research Award. É doutorado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pela UC e foi investigador no INRIA Rhône-Alpes (França) e na Universidade da Pensilvânia (EUA). Tem sido area chair nas principais conferências da sua área, exerceu funções editoriais em várias revistas científicas e é avaliador especialista para a Comissão Europeia. Foi fundador e diretor-geral da Perceive3D, uma spin-off da UC que inovou na cirurgia assistida por computador. Esta empresa foi distinguida pela Comissão Europeia e pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual.
Foto – Alexandre Ferreira da Silva (esq.) e João Pedro Barreto (dir.) junto à sede do MIT, em Cambridge (Massachussets, EUA).